São cada vez mais as mulheres a procurarem formas de congelar óvulos para poderem adiar o projeto da maternidade. Em 2020, foram feitos 365 procedimentos para preservação de ovócitos sem ser por doença, mais 65 do que em 2019, quando já tinham duplicado face ao ano anterior, segundo dados do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA).

O Diário de Notícias, que avança a notícia, indica que o motivo para a criopreservação também está a mudar. Enquanto que há três anos se prendia essencialmente com doença (por exemplo, oncológica), agora as razões são simples e maioritariamente o desejo de adiar a maternidade. “Cada vez mais mulheres saudáveis optam por prolongar o horizonte da maternidade”, nomeadamente por não se encontrarem ainda em relações estáveis, aponta o CNPMA. A instabilidade financeira e a carreira também pesam.

Segundo o jornal, que ouviu testemunhos de mulheres que recorreram à criopreservação de ovócitos, o procedimento custa entre 2.500 euros e 3.000 euros, sem medicação incluída. A lei apenas permite que os óvulos possam ser congelados por cinco anos, embora esses períodos possam ser renovados sucessivamente por um custo adicional, de cerca de 450 euros por cada cinco anos.

Este são, porém, apenas os custos para a preservação dos óvulos. Para que a mulher possa usá-los numa tentativa de gravidez, através da fertilização in vitro,  há custos próprios. Em Portugal, as mulheres procuram o tratamento, em média, aos 37 anos, enquanto em Espanha o fazem aos 36 anos.

Também por cá, os seguros de saúde não cobrem os procedimentos, que também não costumam ser apoiados pelas empresas — ao contrário do que acontece noutros países, em que há contratos que preveem a criopreservação como um benefício.

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