O partido Volt vai concorrer pela primeira vez a eleições legislativas com um programa eleitoral que pretende “resolver problemas concretos” sem “amarras ideológicas” e com pragmatismo, disse hoje o presidente, Tiago Matos Gomes.

Na apresentação do programa eleitoral com que concorre às legislativas de 30 de janeiro, em Coimbra, Tiago Matos Gomes disse que o projeto do Volt é assente num novo modelo políico, económico e social, e pretende resolver “problemas concretos, encontrar respostas às preocupações dos cidadãos, sem amarras ideológicas, mas com moderação, pragmatismo e centrados nas soluções”.

“Um modelo que tenta resolver os desafios do século XXI: a globalização, a automação do trabalho e as alterações climáticas”, disse Tiago Matos Gomes, cabeça de lista por Lisboa, na apresentação dos candidatos por distrito e do programa eleitoral do partido. Assumindo-se como partido europeísta, progressista e pragmático, o Volt concorre pela primeira vez às eleições legislativas, falhando apenas candidaturas nos círculos de Bragança, Castelo Branco e região autónoma da Madeira, depois de já ter participado nas últimas eleições autárquicas em coligações.

Na cerimónia realizada esta tarde no anfiteatro da reitoria da Universidade de Coimbra, Tiago Matos Gomes salientou que o partido, “sempre que possível” apresentará “propostas baseadas em boas práticas e base científica, procurando envolver os cidadãos nas tomadas de decisão”.

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Com o slogan “Volt és tu”, o partido promete um programa abrangente e com cobertura para todas as áreas “com propostas para todos os setores da nossa vida comum em sociedade”, acrescentou o dirigente, recusando que o Volt, criado em 2017 e que integra a associação Volt Europa, presente em 16 países e com um eurodeputado, seja “um partido de nicho”. Entre as diversas propostas apresentadas, o Volt quer avançar com a criação de regiões administrativas e a reforma eleitoral, igualdade nas licenças de parentalidade, digitalização da administração pública, creches e jardins-de-infância gratuitos, reduzir as listas de espera na saúde e investir na formação das forças policiais.

Por outro lado, pretende criar um sistema de delação premiada no campo da corrupção, harmonizar leis laborais com a Europa, reduzir de taxa de referência do Imposto sobre Rendimentos de Pessoas Coletivas (IRC) para 20%, acabar com todos os subsídios para combustíveis fósseis e incluir a energia nuclear na taxonomia verde da União Europeia.

Em declarações aos jornalistas, Tiago Matos Gomes salientou que o partido não de identifica com a “dicotomia esquerda/direita” e que baseia as suas políticas “em boas práticas e evidência científica”. O presidente do Volt precisou ainda que o partido defende uma “Europa de nações”, considerando que a Europa funciona melhor com regiões e que Portugal vai “funcionar melhor com regiões administrativas”.

“O interior tem sido esquecido exatamente por causa dessa falta da regionalização, que está consagrada na Constituição e que deve ser cumprida através de referendo, já que é uma reforma de desenvolver equitativamente as várias regiões do país”, sustentou.