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O que é que Darwin vai fazer domingo à tarde? Golos (a crónica do Benfica-Marítimo)

Este artigo tem mais de 2 anos

Se Nelson Ned perguntasse ao uruguaio o que iria fazer num domingo à tarde, a resposta era simples: golos. Darwin bisou na goleada do Benfica ao Marítimo, numa das melhores exibições dos encarnados.

Golo de Darwin Núnez durante o jogo entre o Sport Lisboa e Benfica e o Club Sport Marítimo no estádio da Luz, a contar para a 15ª jornada da Primeira Liga 2021/22. Lisboa, 19 de Dezembro de 2021 FILIPE AMORIM/OBSERVADOR
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O avançado de 22 anos nunca tinha marcado tantos golos numa única temporada em toda a carreira

FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

O avançado de 22 anos nunca tinha marcado tantos golos numa única temporada em toda a carreira

FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

No futebol, a perspetiva é um fator importante. Quando o Benfica perdeu na Luz com o Sporting, o teto abateu em cima da equipa de Jorge Jesus. Contudo, nessa altura, o Benfica levava três vitórias nos últimos quatro jogos, incluindo um empate em Camp Nou com o Barcelona e goleadas ao Sp. Braga, ao Belenenses SAD e ao P. Ferreira — ou seja, a perspetiva do presente superiorizou-se à do passado. Nesta fase, o Benfica leva três vitórias seguidas, incluindo uma contra o Dínamo Kiev que valeu o apuramento para os oitavos da Champions, mas todos os olhos estão já colocados na dupla visita ao Dragão para defrontar o FC Porto — ou seja, a perspetiva do futuro superioriza-se à do presente.

Este domingo, o Benfica apresentava-se numa espécie de limbo. A receção ao Marítimo na Luz, embora sempre importante devido à ausência de margem de erro em relação aos principais rivais, não deixava de ser uma espécie de ponte de passagem entre as tais três vitórias consecutivas e a dupla ida ao Dragão. Era preciso ganhar, acima de tudo, para não quebrar antes da decisão na Taça de Portugal e de uma das partidas mais importantes da época para o Campeonato. E ganhar ao Marítimo era ganhar a uma equipa que está na primeira metade da tabela, que ainda não tinha perdido desde que Vasco Seabra substituiu Julio Velázquez e que na jornada anterior havia goleado o Santa Clara nos Açores.

Ficha de jogo

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Benfica-Marítimo, 7-1

15.ª jornada da Primeira Liga

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: António Nobre (AF Leiria)

Benfica: Vlachodimos, André Almeida, Otamendi, Vertonghen, Gilberto (Lázaro, 84′), Weigl, João Mário (Taarabt, 66′), Grimaldo (Morato, 66′), Rafa, Yaremchuk (Seferovic, 77′), Darwin (Gonçalo Ramos, 77′)

Suplentes não utilizados: Helton Leite, Everton, Pizzi, Paulo Bernardo

Treinador: João de Deus

Marítimo: Paulo Victor, Cláudio Winck, Zainadine, Matheus, Vítor Costa, Rossi (Ali Alipour, 58′), Beltrame, Edgar Costa (Clésio, 78′), Guitane (Diogo Mendes, 73′), Joel Tagueu (Pedro Pelágio, 58′), Henrique (André Vidigal, 45′)

Suplentes não utilizados: Teixeira, Jorge Saenz, Ricardinho, Fábio China

Treinador: Vasco Seabra

Golos: Darwin (3′ e 19′), Gilberto (33′), Rafa (48′), Yaremchuk (57′), Ali Alipour (81′), Gonçalo Ramos (86′), Seferovic (90+1′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Darwin (7′), a Rossi (16′), a Edgar Costa (45+1′)

Sem Jorge Jesus no banco de suplentes, já que o treinador encarnado foi suspenso por 15 dias pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol e assistia à partida na bancada do Estádio da Luz, o Benfica apresentava-se com um onze mais habitual depois das poupanças na Taça da Liga contra o Sp. Covilhã. Yaremchuk era titular enquanto elemento mais adiantado e surgia apoiado por Rafa e Darwin, com Seferovic e Everton a começarem no banco. Gilberto era o eleito para a direita da defesa e Otamendi regressava à equipa pela primeira vez depois do violento assalto de que foi vítima dentro da própria casa. Do outro lado, Vasco Seabra fazia duas alterações face ao último jogo e lançava Zainadine e Rossi ao invés de Léo Andrade e Diogo Mendes.

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Os primeiros instantes mostraram desde logo que o Marítimo ia defender com três centrais, numa linha de cinco, procurando controlar de alguma forma a largura que Gilberto e Grimaldo oferecem ao Benfica. A estratégia de Vasco Seabra, porém, sofreu um duro golpe logo nos minutos iniciais: Rafa acelerou descaído na direita depois de uma recuperação de bola já no meio-campo madeirense, combinou com Yaremchuk e o ucraniano solicitou Gilberto, que cruzou para a área e viu Darwin empurrar para dentro da baliza (3′). Os encarnados colocavam-se a ganhar num fase ainda muito embrionária da partida e a verdade é que, com base nesse facto, acabaram por oferecer ligeiramente a iniciativa ao adversário nos minutos que se seguiram.

O Marítimo assumiu a preponderância da posse de bola, sempre mais permitida pelo Benfica do que propriamente conquistada, e embora tivesse alguma presença no meio-campo adversário não conseguia criar verdadeiras oportunidades de golo. Vítor Costa obrigou Vlachodimos a uma intervenção atenta na sequência de um cruzamento que saiu à baliza (12′) e os madeirenses pouco mais do que isso conseguiram realizar até que os encarnados, de forma muito natural, aumentassem a vantagem. Weigl soltou um contra-ataque depois de mais uma recuperação de bola mas não conseguiu finalizar e Vítor Costa, com uma atitude totalmente incompreensível e displicente, fez um passe sem nexo em direção a João Mário; o médio aproveitou, cruzou para o segundo poste e assistiu Darwin, que apareceu ao segundo poste a bisar. O avançado uruguaio já leva 12 golos no Campeonato, sendo o melhor marcador da competição, e os 17 que já marcou ao longo de toda a época são já o melhor registo da carreira do jogador.

Depois do segundo golo, ao contrário do que aconteceu após o primeiro, o Marítimo não soube reagir. A equipa de Vasco Seabra perdeu o norte e abriu linhas, portas e setores ao Benfica, que desequilibrava essencialmente por Rafa no corredor central e que tinha nas movimentações de Gilberto, que fugia do corredor direito para espaços interiores para criar superioridade numérica, uma ajuda fulcral na hora de desenhar o ataque. Darwin ficou perto do hat-trick ainda antes da meia-hora com um remate às malhas laterais (26′), Yaremchuk atirou ao lado numa recarga depois de uma defesa de Paulo Victor (29′) e acabou mesmo por ser Gilberto a fazer o terceiro golo dos encarnados. Rafa voltou a conduzir pelo meio e abriu no lateral brasileiro, que atirou forte e cruzado para fazer o quarto golo da temporada (33′).

Até ao intervalo, Joel Tagueu ainda teve nos pés a melhor oportunidade do Marítimo, com um remate em jeito por cima na sequência de uma transição rápida (45+1′), mas já nada aconteceu. O Benfica ia para o fim da primeira parte a ganhar tranquilamente, a jogar de forma confortável e sem sobressaltos relevantes junto à própria baliza. Do outro lado, os madeirenses desciam ao balneário sem remates enquadrados eram castigados pela passividade defensiva, pelos passes errados e pela ausência de critério na hora do passe.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Benfica-Marítimo:]

No início da segunda parte, Vasco Seabra procurou refrescar o ataque do Marítimo e trocou Henrique, que até tinha tido alguns problemas físicos no primeiro tempo, por André Vidigal. A história, porém, repetiu-se: logo nos instantes iniciais depois do intervalo, Grimaldo recuperou mais uma bola em zona adiantada, Yaremchuk rodou para isolar Rafa e o internacional português, à saída de Paulo Victor, picou a bola por cima do guarda-redes (48′). Os madeirenses voltavam a sofrer mais um golo minutos depois de entrarem em campo, num lance onde os passes errados e os posicionamentos pouco certeiros voltaram a ser fatais, e qualquer eventual reação ao resultado parecia totalmente destruída.

Yaremchuk ficou perto do golo com um cabeceamento por cima depois de um cruzamento de André Almeida (56′) mas só precisou de esperar pela próxima oportunidade para também inscrever o nome na história da partida, finalizando da melhor maneira uma assistência de Rafa depois de uma enorme abertura de Darwin da esquerda para a direita (57′). Com o Marítimo novamente preso por arames, Vasco Seabra lançou Pedro Pelágio e Ali Alipour para tentar reequilibrar a equipa e proteger-se de um Benfica que parecia não estar saciado e continuava a intensificar o ritmo. Só mesmo a partir do quinto golo é que os encarnados recuaram ligeiramente os setores e a velocidade e Jorge Jesus deu essa indicação de gestão para dentro de campo ao trocar Grimaldo e João Mário por Morato e Taarabt, colocando André Almeida na esquerda da defesa.

De forma expectável, o Benfica foi desligando e o Marítimo foi aproveitando para criar algumas situações mais perigosas, com Ali Alipour a obrigar Vlachodimos à primeira defesa (75′) e Clésio a atirar ao lado de fora de área (80′). Os madeirenses conseguiram mesmo alcançar o golo de honra, com Alipour a cabecear entre os centrais depois de um cruzamento de Pedro Pelágio na direita (81′), e Gonçalo Ramos (86′) e Seferovic (90+1′) ainda entraram em campo para marcar um golo cada um e fechar as contas da goleada.

O Benfica atropelou o Marítimo na Luz numa das melhores exibições globais e coletivas da temporada e garantiu que não perde mais terreno para os principais rivais na antecâmara da dupla visita ao Dragão para defrontar o FC Porto na Taça de Portugal e no Campeonato. Num dia em que Rafa esteve acima da média, em que Gilberto voltou a ter uma prestação assinalável e em que todos os avançados marcaram, o destaque óbvio tem de ir para Darwin: que marcou mais dois golos, que já leva a melhor época da carreira e que é o melhor marcador da Liga. Se Nelson Ned perguntasse ao avançado uruguaio o que iria fazer domingo à tarde, a resposta era simples — golos.

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