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A equipa que faz muitos cruzamentos mas ainda não saiu da encruzilhada (a crónica do Benfica-Moreirense)

Este artigo tem mais de 2 anos

Benfica passou 90 minutos a atacar no meio-campo do Moreirense, sofreu um autogolo e só conseguiu marcar uma vez. Encarnados voltaram a pecar na finalização e podem ficar ainda mais longe dos rivais.

SL Benfica v Moreirense FC - Liga Portugal Bwin
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O Moreirense abriu o marcador na Luz, na segunda parte, através de um autogolo de Gilberto

Getty Images

O Moreirense abriu o marcador na Luz, na segunda parte, através de um autogolo de Gilberto

Getty Images

A dada altura, durante a noite do passado sábado, parecia que tinha saído a lotaria a Nélson Veríssimo. Depois de uma jornada em que o Benfica ficou a sete pontos dos principais rivais, o Sporting tinha perdido nos Açores com o Santa Clara e o FC Porto estava perder na Amoreira com o Estoril — ou seja, e assumindo desde logo que os encarnados iriam derrotar o P. Ferreira no dia seguinte, existia a possibilidade de a distância regressar aos quatro pontos. Os dragões acabaram por ganhar, assim como o Benfica, e os quatro pontos só se tornaram uma realidade em relação aos leões. Mas Veríssimo, sem ganhar a lotaria, ganhou uma aposta: a de que os pontos de desvantagem podem desaparecer de um momento para o outro.

“É difícil mas não é impossível. Noutros anos estivemos em circunstâncias idênticas, umas vezes à frente, outras atrás. O plantel, eu e o presidente estamos alinhados nesse objetivos, que é lutar pelo título nacional. Estamos dentro dessa luta e acreditamos piamente que isso será possível. Na posição em que estamos, o nosso desafio será, encurtando distâncias, chegar ao segundo lugar e depois pensar no primeiro. Acreditamos que ainda é possível alcançar este objetivo. Como tenho referido, e os jogadores também sentem isso, quando há uma ligação entre os adeptos e os jogadores essa nossa força enquanto equipa transcende-se, é maior”, explicou o treinador na antevisão da receção ao Moreirense, agradecendo também a confiança reforçada por Rui Costa na entrevista que deu à BTV a meio da semana.

Ficha de jogo

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Benfica-Moreirense, 1-1

18.ª jornada da Primeira Liga

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: Rui Costa (AF Porto)

Benfica: Vlachodimos, Gilberto (Lázaro, 73′), Otamendi, Morato, Grimaldo, Rafa (Pizzi, 82′), Weigl, João Mário (Gonçalo Ramos, 82′), Paulo Bernardo (Yaremchuk, 73′), Darwin, Seferovic (Diogo Gonçalves, 60′)

Suplentes não utilizados: Helton Leite, Vertonghen, Meïté, André Almeida

Treinador: Nélson Veríssimo

Moreirense: Kewin Silva, Artur Jorge, Steven Vitória, Pablo, Paulinho (Matheus Silva, 84′), Fábio Pacheco (Franco, 84′), Pedro Amador, Ibrahima Camará, Yan Matheus (Felipe Pires, 77′), Rafael Martins (André Luís, 70′), Walterson (Derik, 70′)

Suplentes não utilizados: Pasinato, Rodrigo Conceição, Jambor, Galego

Treinador: Ricardo Sá Pinto

Golos: Gilberto (ag, 61′), Darwin (65′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Fábio Pacheco (40′), a Rafael Martins (45+1′), a Rafa (56′), a Paulinho (72′), a Otamendi (86′), a Artur Jorge (89′), a Kewin Silva (90+6′), a Grimaldo (90+6′)

Esta jornada, o Benfica era o primeiro a entrar em campo e podia desde logo garantir que ia, pelo menos, manter as tais distâncias que precisa de encurtar. Sem Everton, que testou positivo à Covid-19, e ainda sem Vertonghen, que permanece em isolamento por também estar infetado, Nélson Veríssimo contava com os regressos de Vlachodimos, Pizzi, Meïté e Yaremchuk e mantinha o 4x4x2 com a estreia de Paulo Bernardo como titular e reinclusão de Darwin no ataque ao lado de Seferovic e em detrimento de Gonçalo Ramos. Do outro lado, no segundo jogo ao comando do Moreirense, Ricardo Sá Pinto já não contava com o defesa Abdu Conté, que já trocou a equipa de Moreira de Cónegos pelos franceses do Troyes neste mercado de inverno, e Filipe Soares, que deve rumar ao PAOK e já não era opção.

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Ainda assim, e apesar de ter desmantelado o sistema de três centrais e implementado o 4x4x2 logo no primeiro momento em que chegou ao comando técnico encarnado, Veríssimo lembrou ao longo da semana que não pretende “estancar” a equipa. “Não posso garantir que seja um Benfica fechado em 4x4x2. A nossa lógica vai muito de perceber os jogadores que temos, a estratégia adotada para o jogo seguinte e ver qual é a melhor estratégia. Não podemos pensar num Benfica a curto/médio prazo num 4x4x2 estanque. Há o sistema e depois as dinâmicas. Dentro de um posicionamento inicial podemos criar dinâmicas que tocam noutros sistemas táticos. Não é a nossa ideia estancar o Benfica apenas num sistema”, atirou o treinador.

Na Luz, de forma natural, o Benfica começou melhor e mostrou desde logo que pretendia atuar principalmente no meio-campo adversário. Ainda assim, e depois de 10 minutos iniciais em que os encarnados foram totalmente superiores, o Moreirense soltou-se ligeiramente, subiu as linhas e estendeu-se no relvado, obtendo os primeiros remates do jogo: Yan Matheus atirou contra Morato depois de um erro de Seferovic (10′), Camará rematou ao lado de longe e de primeira (12′) e Walterson assinou um pontapé que foi parar às mãos de Vlachodimos (23′). Pelo meio, porém, Rafa acertou na trave com um remate em jeito já no interior da grande área (20′) e quase abriu o marcador num lance que não deixou de ser uma espécie de oásis na complexa primeira parte dos encarnados.

Com o corredor central totalmente obstruído pelos jogadores do Moreirense, que se posicionavam quase sempre e quase todos atrás da linha da bola, o Benfica procurava essencialmente os corredores e dava especial primazia à ala direita. Gilberto aparecia muitas vezes em zonas adiantadas, a combinar com Rafa ou Paulo Bernardo, mas tinha dificuldades em criar desequilíbrios e solucionava as jogadas com cruzamentos muito denunciados e sem consequências. Na linha técnica, Nélson Veríssimo pedia que fosse procurada a verticalidade e a linha de fundo — algo que raramente acontecia e que a defesa do Moreirense tentava evitar a qualquer custo.

A oportunidade de Rafa, ainda assim, tornou o jogo ainda mais desequilibrado. Depois da chance do internacional português, o Moreirense só voltou a conseguir aproximar-se da baliza de Vlachodimos já mesmo à beira do intervalo e limitou-se a defender com praticamente todos os elementos. O Benfica voltou a ficar perto do golo através de Seferovic, que cabeceou ao lado depois de um canto (34′), de João Mário, que também falhou o alvo com um pontapé à meia volta (36′), e de Morato, que também não acertou na baliza (42′), mas não conseguiu mascarar as dificuldades que ia sentido para chegar com perigo a zonas de finalização.

No final da primeira parte, sem golos marcados, os encarnados não tinham qualquer remate enquadrado, Darwin não tinha uma única finalização e a equipa ia usando e abusando de cruzamentos infrutíferos e pouco criativos. Do outro lado, Sá Pinto não escondia a satisfação com uma exibição sofrida e voluntariosa de um Moreirense que tinha como principal objetivo não perder mais pontos do que os rigorosamente necessários na Luz.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Benfica-Moreirense:]

Nenhum dos treinadores fez alterações ao intervalo e Paulo Bernardo acabou por ter a primeira grande oportunidade do segundo tempo, com um remate em jeito que passou ao lado depois de o jovem médio ultrapassar dois adversários (47′). Grimaldo foi o responsável pelo primeiro pontapé enquadrado do Benfica (51′), Seferovic cabeceou ao lado depois de um canto (53′) e os encarnados voltavam à lógica da primeira parte, atuando quase em exclusivo no meio-campo adversário e empurrando o Moreirense para uma zona muito recuada. A equipa de Ricardo Sá Pinto tentava sair a espaços, principalmente aproveitando alguns passes errados ou falhas de posicionamento do Benfica, mas os elementos mais adiantados estavam sempre demasiado sozinhos.

A não ser que, como aconteceu à passagem da hora de jogo, tivessem a ajuda de elementos externos. Num desses lances isolados em que o Moreirense conseguia respirar, Paulinho cruzou na direita, Gilberto aliviou já na grande área e contra o carrinho de Otamendi e a bola ressaltou novamente no brasileiro, acabando por trair Vlachodimos para entrar na baliza (61′). Com muito azar à mistura, o Benfica via-se a perder na Luz com meia-hora por jogar — e já depois de Veríssimo ter tirado Seferovic para colocar Diogo Gonçalves no corredor direito e Rafa na faixa central.

A reação encarnada, porém, foi praticamente imediata. Numa jogada que também teve muita sorte à mistura, Darwin ficou isolado na cara de Kewin depois de um ressalto na defesa do Moreirense, ainda atirou contra o guarda-redes mas aproveitou a recarga para empatar (65′) e chegar aos 19 golos esta temporada, o melhor registo pessoal numa única época. Essa reação, contudo, não foi além disso: Yaremchuk e Lázaro entraram pouco depois, Gonçalo Ramos e Pizzi também tiveram minutos e Grimaldo ainda acertou no poste (76′) mas o Benfica não soube capitalizar a igualdade alcançada de forma rápida, caindo novamente nas manhas defensivas do Moreirense e demonstrando uma ineficácia que já tinha ficado visível contra o P. Ferreira.

O Benfica empatou com o Moreirense na Luz, pode voltar a perder terreno para FC Porto e Sporting e a equipa saiu do relvado sob um coro de assobios por parte dos adeptos. Num dia em que fez mais de 30 cruzamentos por ser sempre obrigada a lateralizar os lances, a equipa de Nélson Veríssimo mostrou que nada disso é suficiente para sair de uma encruzilhada que entre mudanças de treinador, os dias que passaram e o fim de um ano e o início de outro, ainda não acabou.

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