A Iberdrola anunciou a ligação à rede elétrica do primeiro grupo da central hidroelétrica de Gouvães, parte do empreendimento do Alto Tâmega. O complexo de barragens, o mais importante construído em Portugal nas últimas décadas, é composto por três albufeiras e três centrais hidroelétricas com potência de 1.158 megawatts.

Após oito anos de construção e vários atrasos, a Iberdrola diz que estão concluídas as centrais de Gouvães e Daivões onde estão a realizar-se testes. Mas foi já ligada à rede uma turbina com 220 MW (megawatts) de capacidade que, segundo a elétrica, começou a fornecer eletricidade limpa à rede a partir da gigabateria do Tâmega.

Para além do reforço da produção gerada a partir de fontes renováveis — 1.766 HW por ano o que permite abastecer os municípios de Braga e Guimarães — o complexo do Tâmega tem uma grande capacidade de armazenamento que lhe permitirá servir dois milhões de lares num dia inteiro, através da bombagem. A construção do complexo estará concluída em 2024.

A gigabateria do Tâmega vai fornecer 880 MW de capacidade de bombagem ao sistema elétrico português, o que representa um aumento de mais de 30% face aos megawatts de bombagem disponíveis no país vizinho. As centrais de bombagem são um mecanismo de salvaguarda do abastecimento de eletricidade na medida em que armazenam energia, trazendo a água de uma albufeira inferior para outra a um nível superior. Este movimento permite gerar eletricidade de forma rápida e limpa através da turbinação da água que está a ser descarregada na albufeira mais abaixo, aproveitando as horas em que a procura de energia é menor.

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De acordo com o comunicado da Iberdrola, a infraestrutura acabará com a emissão de 1,2 milhões de toneladas de CO2 por ano.

O complexo hidroelétrico do Alto Tâmega foi uma das barragens adjudicadas no Governo de José Sócrates em 2007, algumas das quais acabaram por ficar pelo caminho como a de Girabolhos da Endesa e do Fridão da EDP que está a ser alvo de uma arbitragem entre a empresa e o Estado sobre a devolução da caução de mais de 200 milhões de euros. A barragem do Alvito também adjudicada à EDP tem sido adiada.

O projeto da Iberdrola representou um investimento de 1.500 milhões de euros, tendo durante a fase de construção criado 3.500 empregos diretos.