No início da janela de transferências, Luis Díaz estava certo no Liverpool. A meio da janela de transferências, Luis Díaz ia ficar no FC Porto e tinha recusado uma proposta do Tottenham. Ainda antes do final da janela de transferências, Luis Díaz já foi confirmado no Liverpool por 45 milhões de euros mais 15 em cláusulas variáveis e deixou os dragões desprovidos do melhor marcador e do melhor jogador com ainda metade da temporada por jogar.

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Assim que a saída do colombiano se tornou uma realidade, surgiu também uma evidência: Sérgio Conceição, que normalmente não poupa palavras ou comentários quando perde jogadores importantes ou quando não tem reforços que considera necessários, dificilmente ficaria calado sobre a transferência de Luis Díaz. E este domingo, logo depois da complexa vitória conquistada no Dragão frente ao Marítimo, o treinador confirmou esse cenário.

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“Nas grandes empresas e nos grandes clubes, o planeamento é feito em função dos objetivos. Quando existe pouco planeamento ou não o há, temos de rever os objetivos e pensar no futuro próximo. Sou exigente e, neste momento, a verdade é que está mais difícil. Mas faz parte do meu trabalho encontrar soluções. É olhar para o futuro e perceber que os nossos objetivos poderão ficar mais difíceis de concretizar”, disse Sérgio Conceição na flash interview, recordando que o FC Porto está na liderança da Primeira Liga e nas meias-finais da Taça de Portugal e vai ainda disputar a eliminatória da Liga Europa frente à Lazio.

O técnico dos dragões, que este domingo cumpriu o jogo 250 à frente do comando técnico da equipa, garantiu que não sabe se ainda vai receber algum reforço nas últimas horas da janela de transferências — numa altura em que Rúben Semedo, central ainda no Olympiacos, continua a ser associado ao FC Porto. Sobre a partida, que os dragões venceram sem grande brilho mas que serviu para consolidar a liderança do Campeonato e garantir que as distâncias para os principais rivais vão pelo menos manter-se, Sérgio Conceição explicou que a equipa fez “um jogo muito competente”.

“Dentro daquilo a que esta equipa nos tem habituado. É verdade que, num ou noutro momento, era preciso um pouco mais de agressividade, principalmente sem bola. Mas tivemos o jogo sempre controlado. Tivemos algumas situações no último terço do adversário em que, se tivéssemos definido melhor, o resultado seria outro. Fizemos o segundo golo, tivemos uma oportunidade para fazer o terceiro e, logo a seguir, o adversário fez o golo. Um 2-1 é um resultado que não dá muita segurança mas mantivemos a nossa identidade para ir à procura de mais golos. Não o conseguimos, por alguma falta de eficácia ofensiva, mas parabéns aos meus jogadores”, acrescentou o técnico, que é já o terceiro treinador com mais jogos pelo FC Porto e está a apenas cinco de Artur Jorge, ficando somente atrás de José Maria Pedroto.