O prelado do Opus Dei, Fernando Ocáriz, destacou sexta-feira o papel desta instituição da igreja católica em Portugal ao longo de 75 anos, inserindo-o na ação dos portugueses na difusão da fé cristã por todo o mundo.

Numa carta dirigida ao vigário regional em Portugal, na véspera do encerramento das comemorações dos 75 anos da presença do Opus Dei em Portugal, que se assinalará com a celebração de uma missa na Capelinha das Aparições, em Fátima, às 12:30 de sábado, Fernando Ocáriz afirma que “a semente plantada há 75 anos deu fruto abundante, que se insere numa história muito fecunda, a dos cristãos portugueses que difundiram a fé pelos cinco continentes”.

“Também no Opus Dei se semeou em Portugal e a partir de Portugal. Por vezes, pode parecer-nos que a nossa ação apostólica é estéril. No entanto, a fé assegura-nos que Deus torna sempre fecundas as nossas fadigas. E hoje podemos comprovar isso visivelmente“, escreveu o Prelado.

Para Ocáriz, “nestes momentos, ao lado de desafios especiais de saúde, sociais e laborais”, o Opus Dei continua a ter “um imenso panorama apostólico” pela frente, pois “servir a Deus é uma missão que abraça toda a vida cristã, e que pode iluminar até os momentos mais aparentemente intranscendentes” do dia a dia.

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“Nestes meses de pandemia, muitas pessoas estão doentes, uma situação que nos leva a dar o melhor de nós mesmos para cuidar dos outros”, frisou o responsável máximo pelo Opus Dei, lembrando que “este ano de celebração coincide com o Ano da Família convocado pelo Papa“, o que considera “uma coincidência feliz, pois a Obra é uma família sobrenatural” onde procuram “amar e compreender toda a gente“.

A história do Opus Dei em Portugal começou em fevereiro de 1945, quando o fundador da Obra, Josemaria Escrivá, visitou Braga, Porto, Coimbra, Leiria e Lisboa.

A Irmã Lúcia, vidente de Fátima, terá sido a responsável por esta viagem de Escrivá.

Na sua página na Internet, o Opus Dei dá conta de que Lúcia se encontrava num convento em Tuy, quando o bispo local quis que Josemaria Escrivá a conhecesse.

“A conversa foi providencial, uma vez que a Irmã Lúcia pediu insistentemente ao fundador que fosse a Portugal, para poder assim apressar os começos do trabalho do Opus Dei em terras portuguesas. A viagem está nos seus planos apostólicos, mas não naquele momento, entre outras coisas porque não tinha passaporte. Mas isso não foi um obstáculo, pois, com um telefonema para Lisboa”, Lúcia obteve para Josemaria e para os que o acompanhavam a autorização necessária.

Ainda segundo o Opus Dei, “um ano depois chegavam a Coimbra vários membros do Opus Dei em estudos de pós-graduação, montando uma residência universitária nessa cidade. Posteriormente seria a vez do Porto (1948) e Lisboa (1951)”.

Até 1972, Josemaria Escrivá (que João Paulo II beatificou em 1992 e canonizou em 2002) “voltaria com frequência a Portugal, que também o atraía particularmente por Fátima”.

Hoje, em Portugal, a Prelatura conta com 1.625 fiéis, distribuídos por todas as zonas do continente, Madeira e Açores, e existem centros da prelatura em Braga, Porto, Miramar, Viseu, Coimbra, Lisboa, Montemor-o-Novo e Ponta Delgada.

Os 75 anos foram assinalados por diversas dioceses do país com uma exposição itinerante. A Prelatura, que conta com uma única paróquia em Portugal — Paróquia de Nossa Senhora da Porta do Céu, em Telheiras, Lisboa — viu ainda o aniversário ser assinalado com a edição do livro “O fundador do Opus Dei em Portugal”, de monsenhor Hugo de Azevedo, e com a reedição de “Amigos de Deus”, de Josemaria Escrivá.