O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, avisou, esta segunda-feira, que “o impacto da pandemia será sentido durante décadas”, especialmente “nas populações mais vulneráveis”. “Quanto mais a pandemia se arrastar, piores esses impactos serão”, antecipou.

Em conferência de imprensa no âmbito da assinatura de um memorando entre a OMS e a Commonwealth, Tedros Adhanom notou que as “consequências devastadoras” da pandemia agravaram as “desigualdades” económicas, sociais e de acesso à saúde, tendo afetado países “de todos os tamanhos e rendimentos”.

Para travar este cenário, o diretor-geral da OMS exortou a que as “nações trabalhem em conjunto”, para que todos os países vacinem pelo menos “70% da sua população” até meio deste ano. Alcançando essa cobertura vacinal, “reforçar-se-ia os sistemas de saúde” e “trabalhar-se-ia para uma recuperação económica inclusiva”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Tedros Adhanom ilustrou as desigualdades no acesso às vacinas com o facto de que “apenas 42% da população de todos os países que pertencem à Commonwealth completaram o esquema vacinal”. E ainda vai mais longe, indicando que, em média, os países africanos que aderiram à organização vacinaram 23% da sua população.

“Diminuir este intervalo [entre países] é uma prioridade para a OMS”, estabeleceu Tedros Adhanom. O objetivo de vacinar 70% da população de todos os países “não só ia controlar a pandemia e salvar vidas”, como também ia “suportar uma recuperação sustentável”. “Apenas conseguimos diminuir esse intervalo trabalhando em conjunto”, reforçou.

A Commonwealth é uma organização que reúne 54 territórios que integraram o Império Britânico. Inclui países de todos os continentes, como o Reino Unido, a Tanzânia, a Índia, a Nigéria, a Jamaica, a Austrália e Malta. Apesar de ter sido uma colónia portuguesa e nunca ter estado sob tutela inglesa, também Moçambique aderiu à organização.