O Wordle já não é só um passatempo — também ajudou a pôr fim a um crime. No domingo, a filha mais velha de Denyse Holt ficou preocupada por não ter recebido a mensagem diária da mãe com a pontuação do quebra-cabeças. O motivo? A mulher de 80 anos estava refém de um homem que entrou nu e armado com uma tesoura no quarto dela, enquanto dormia. O sequestro durou quase 21 horas. 

Holt acordou à uma da manhã de domingo ao sentir que um homem se tinha deitado ao seu lado na cama. O intruso ameaçou-a: “Se falares ou se gritares, corto-te”. Com calma, prometeu obedecer às suas ordens.

O intruso estava com calafrios e a sangrar profundamente, contou Holt ao The Washington Post e, por isso, exigiu que a refém lhe desse todos os cobertores que tinha. As mantas não foram suficientes e, então, quis tomar um banho e, aí, obrigou Holt – ainda de pijama — a deitar-se em cima dele na banheira.

Depois disso, o intruso trancou-a na cave. Ali, perdeu completamente a noção do tempo e tentava focar-se nas filhas. “Não quero morrer assim, e não quero que as minhas filhas saibam que a mãe delas foi assassinada”, pensava.

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Por esta altura, dado a mãe estar incomunicável, as filhas já desconfiavam de que algo se passava: um ataque cardíaco ou uma queda ou outra qualquer emergência médica, julgavam elas, segundo o mesmo jornal. O vizinho de Holt disse-lhes que o carro estava estacionado em casa, mas quando lá foi tocar à campainha ninguém abriu a porta.

Eu não mandei o [resultado] de Wordle à minha filha mais velha pela manhã. E isso foi desconcertante para ela”, explicou Holt ao Chicago’s WBBM.

As filhas ligaram para a polícia de Lincolnwood e, quando as autoridades chegaram à casa da mulher, deram a volta e ouviram-na gritar “Estou aqui! Estou aqui! Estou aqui na cave!”. Às 21h40, estava finalmente livre. O homem de 32 anos foi encontrado no quarto, armado com várias facas e, agora, está acusado de crimes de invasão de domicílio com arma perigosa e sequestro. A polícia acredita que esteja a passar por uma crise de saúde mental.

Ainda me sinto sortuda por estar viva”, sublinha Holt, acrescentando que não quer mais viver naquela casa por causa do “trauma”.