O Estado português colocou mil milhões de euros em dívida de longo prazo, esta quarta-feira, num duplo leilão de obrigações do Tesouro onde os custos baixaram na emissão de dívida a cinco anos mas subiram na colocação de dívida a 12 anos.

Foram colocados títulos com vencimento em 2027 e 2034, 500 milhões em cada uma das maturidades. No prazo mais longo, a taxa média aceite pelo IGCP foi de 1,154%, mais do que os 0,841% suportados na última emissão comparável.

No prazo mais curto, porém, os investidores vão receber uma rentabilidade de 0,217%, menos do que os 0,603% do leilão anterior.

Filipe Silva, Diretor de Investimentos do Banco Carregosa, comenta em nota enviada às redações que “as taxas da dívida soberana europeia vinham a apresentar desde o início do ano uma tendência ascendente, o que implica prémios de risco mais elevados para os diferentes emitentes”.

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“Os atuais conflitos entre a Rússia e a Ucrânia vieram inverter, pelo menos no curto prazo, esta tendência o que acabou por permitir que o leilão de hoje acabasse com taxas mais baixas para Portugal”, afirma o especialista, referindo-se à emissão de dívida de prazo mais curto.

Olhando para o futuro, Filipe Silva diz que se “aguarda com alguma expetativa a próxima reunião do Banco Central Europeu para perceber que medidas irão ser adotadas, numa fase em que nos debatemos com inflação elevada e um conflito às portas da Europa, que direta ou indiretamente acabam por afetar todas as geografias”. Essa reunião está marcada para amanhã, quinta-feira.

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