Determinar com precisão a idade da Terra é uma tarefa árdua. Atualmente, estima-se que tenha cerca de 4.5 mil milhões de anos. De Israel ao Canadá ou da Austrália à Escócia, contudo, há lugares onde os vestígios ancestrais dão pistas sobre o passado do planeta.

A ilha de Baffin, a maior do Canadá e a quinta do mundo, situada no Círculo Polar Ártico é um desses exemplos. A norte, na península de Borden, encontram-se fósseis de algumas das formas de vida mais primitivas do planeta, como relata a BBC.

Continuando por terras canadianas, encontra-se o Parque Nacional Gros Morne e, graças a este local que é Património Mundial da UNESCO desde 1987, os geólogos conseguiram compreender a tectónica de placas, com o estudo das montanhas Apalaches. Foram necessários mais de 400 milhões de anos de erosão dessas estruturas para ver o que se vê hoje: uma paisagem onde o amarelo se funde com o verde, como se lê no site do Governo do Canadá.

Nas Montanhas Makhonjwa, estendidas entre África do Sul e a vizinha Eswatini, há formações rochosas com idade compreendida entre 3.2 e 3.6 mil milhões de anos, de acordo a NASA. Já no distrito de Keonjhar (estado indiano de Orissa),em 2011, um grupo de geólogos encontrou o segundo zircão mais antigo do mundo, mineral que preserva fortes registos das caraterísticas químicas das rochas em que se formam.

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Viajando até ao sítio australiano com paisagens que guardam registos de 3.5 a 4.3 mil milhões de anos atrás, chega-se à região de Pilbara — a área ocupa o dobro da do Reino Unido, tendo cerca de 507.896 quilómetros quadrados. Na Península de Burrup, por exemplo, existem milhares de petróglifos, muitos com cerca de 30 mil anos, segundo o próprio site.

Por sua vez, a ilha Macquarie (Tasmânia, Austrália), onde prospera vida selvagem, é o único local do planeta onde existem formações rochosas provenientes do manto.

Mudando de continente e indo até América do Sul, o Parque Nacional Canaima cruza as fronteiras da Venezuela, Brasil e Guiana, com o Monte Roraima — com 2.800 metros de altitude — como protagonista da travessia. Tal como ele, 65% da área está coberta por tepuyes, montanhas retangulares consideradas as estruturas geológicas mais antigas da Terra.

Na costa oeste da Gronelândia está a Ilha Disko, onde predomina o gnaisse, alguns datados de 3.800 milhões de anos atrás. Já uma vasta extensão do Deserto de Negev (Israel) sobreviveu até hoje inalterada desde a sua formação há 1.8 milhão de anos, segundo um estudo da Universidade Hebraica de Jerusalém, citado pelo El País.

As rochas mais antigas da Europa estão nas Terras Altas da Escócia, onde se situam as Moine Thrust Belt ou Moine Thrust Zone, uma série de falhas tectónicas que ajudaram os geólogos do século XX em descobertas cruciais.