A iniciativa de Arnold Schwarzenegger para publicar no Twitter um vídeo em que pede diretamente a Vladimir Putin para terminar a guerra na Ucrânia teve muitas probabilidades de ser vista pelo destinatário. O ator e ex-governador da Califórnia tem uma via de comunicação privilegiada para o Kremlin: a conta que mantém nesta rede social é uma das 22 que o perfil oficial em inglês do Presidente russo segue. Duas delas, no entanto, são um mistério: não estão discriminadas na lista que consta no Twitter. Há duas possíveis explicações para isso: são spam (contas que se dedicam a exibir publicidade não solicitada de forma abusiva) ou foram desativadas.

O vídeo de Schwarzenegger a Putin que está a ser elogiado nos Estados Unidos. Presidente russo segue Twitter do ator

Há mais dois norte-americanos na curta lista de páginas seguidas por Putin: Obama, antigo Presidente dos Estados Unidos; e Elon Musk, fundador da Tesla e da SpaceX. Mas Schwarzenegger e Obama conseguem ter uma vantagem em relação ao empresário: também são seguidos pelo perfil oficial em russo do governo de Vladimir Putin que tem 33 páginas.

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Além destas personalidades norte-americanas, o líder da Rússia também acompanha a conta arquivada da administração Obama, mantida pela Administração Nacional de Arquivos e Registos; e a que pertencia a Donald Trump quando este era Presidente dos Estados Unidos, também ela arquivada desde a tomada de posse de Joe Biden — que não é seguido por Putin.

A conta oficial de Downing Street, residência oficial do primeiro-ministro britânico, e Stephen Harper, líder governamental do Canadá, também surgem nas páginas seguidas pelo Kremlin. As contas oficiais de Boris Johnson e a do Presidente canadiano Justin Trudeau ficam de fora, mas Putin acompanha também Jens Stoltenberg, secretário-geral da NATO, e Cristina Kirchner, vice-presidente da Argentina.

Fora do universo russo, só duas contas de entidades internacionais constam no Twitter da presidência de Vladimir Putin: o Fórum Económico Mundial e a página do departamento de comunicação do Conselho Europeu.

As restantes contas estão todas na rede de influência da presidência russa: são a página do Ministério dos Negócios Estrangeiros do país; a versão russa da conta do Kremlin; as duas páginas (em russo e em inglês) do ex-Presidente russo Dmitri Medvedev; a conta do governo russo, cujo primeiro-ministro é Mikhail Mishustin; da presidência russa, o Twitter dos BRICS, acrónimo para o grupo de países emergentes que inclui a Rússia, Brasil, Índia, China e África do Sul; uma conta do Fórum Económico Internacional de São Petersburgo; a thinkRUSSIA, uma plataforma para notícias sobre o desenvolvimento da Rússia desenvolvida pela própria Federação Russa; e a Escola de Gestão de Moscovo.

Na página em russo do Presidente, o número de seguidores ascende aos 33 e inclui mais personalidades nacionais, como o ex-autarca de São Petersburgo Georgiy Poltavchenko; o presidente da Federação Internacional de Xadrez Arkady Dvorkovich; o político e apresentador de televisão Pavel Astakhov, que chegou a ser comissário para os Direitos da Criança de Medvedev; e Veniamin Kondratiev, governador do território de Krasnodar.

Vladimir Putin também segue um político ucraniano pró-Rússia, Viktor Medvedchuk, que lidera um movimento público que defende a adesão da Ucrânia à União Aduaneira da Bielorrússia, Cazaquistão e Rússia. E ainda a conta-memorial de Anton Nossik, jornalista e ativista russo, acusado de traição e incitação ao ódio pela justiça russa, considerado o pai da produção de conteúdos em blogue no país, que morreu em 2017.

Entre as páginas que o Presidente da Rússia segue na página na língua original, mas não na conta em inglês, constam a da RIA Novosti, uma agência de notícias controlada pelo regime de Putin; a conta russa do Ministério dos Negócios Estrangeiros; a emissora russa Vesti; ou o Centro de Desenvolvimento e Comercialização de Novas Tecnologias.