Portugal continuará de portas abertas para receber refugiados afegãos, garantiu esta segunda-feira a ministra de Estado e da Presidência, revelando que chegaram oito pessoas no fim de semana, mas salientando a dificuldade na viagem a partir do Afeganistão.

De acordo com a ministra Mariana Vieira da Silva, o trabalho de identificação e resgate de cidadãos afegãos “não tem parado”, mas salientou que se trata de um processo mais complexo em termos de viagens do que o que se passa com os cidadãos ucranianos que têm chegado a Portugal.

“O trabalho não tem parado e todas as semanas temos recebido não apenas os cidadãos ucranianos que escolheram vir para Portugal em função da situação que vivem, mas também por exemplo cidadãos afegãos”, disse a ministra, adiantando que no fim de semana chegou um grupo de oito pessoas.

Questionada sobre se Portugal foi mais diligente e célere nas medidas de apoio e proteção aos refugiados ucranianos do que em outras situações, Mariana Vieira da Silva respondeu que apesar de compreender as críticas “no caso português isso não é verdade”.

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“Durante o mês de agosto e setembro [de 2021], quando da crise do Afeganistão, tomámos este mesmo tipo de medidas, recebemos e disponibilizamos a nossa capacidade de alojamento e de integração. Aquilo que acontece é que agora falamos de números que não comparam com nenhuma situação que a Europa tenha vivido”, justificou, salientando como “bom sinal” o facto de agora “todos abrirem as portas”.

Mariana Vieira da Silva garantiu que o trabalho que Portugal está a fazer agora “é precisamente o mesmo”, desde a identificação das pessoas, à sinalização de soluções de habitação, passando pela integração nas escolas ou por respostas em matéria de saúde, nomeadamente pela vacinação. “Isso foi precisamente o mesmo que aconteceu em agosto com a crise do Afeganistão”, afirmou.

Questionada sobre o ensino da língua portuguesa e a dificuldade de aprendizagem por parte dos refugiados, a ministra lembrou medidas recentes, desde logo pela possibilidade de mais instituições darem aulas a adultos, e pela “estratégia de português como língua não materna”.

“Estas duas respostas permitem agora ter uma capacidade de resposta muito maior, já há muitos meninos e meninas ucranianos inscritos nas escolas, cerca de 500, e já vários cursos de língua portuguesa começaram para estes cidadãos“, sublinhou.

A ministra Vieira da Silva falava aos jornalistas à margem da apresentação do Plano Nacional de Combate aos Racismo e à Discriminação 2021-2025, apresentado esta segunda-feira no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.