O ministro dos Negócios Estrangeiros russo denunciou esta terça-feira o “consenso” no seio da NATO e da União Europeia (UE), que é moldado por uma “minoria agressiva russófoba, composta especialmente por parte dos países Bálticos, Polónia e mais recentemente a Dinamarca”. “Hoje em dia é sinal de boas maneiras demonstrar que és mais russófobo do que o teu vizinho”, atirou Sergei Lavrov.

Numa excerto de uma conferência partilhada pela conta do Twitter do ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov acusou as organizações ocidentais de terem “pouca democracia”. No caso da invasão à Ucrânia, o responsável do Kremlin indicou que o Ocidente já tinha adotado “sanções mesmo antes da atual fase de desenvolvimento do nosso espaço geopolítico”. “Tem havido uma série de sanções sem motivos desde 2014.”

“Todos os seis meses novas sanções”, prosseguiu Sergei Lavrov, que confidenciou que alguns líderes europeus as consideram uma “estupidez”, mas que não são capazes de discordar delas por causa do “consenso”. O ministro russo salientou que a NATO tem planos que quer aplicar nos países neutrais, como a Áustria, a Finlândia e a Suécia, para “usar as suas estradas quando mobilizarem a sua infraestrutura militar para leste”. “Não há mais independência na Europa”, lamentou, abrindo, no entanto, uma exceção: “Emmanuel Macron é o único político que continua a focar-se na autonomia estratégica”.

Segundo a visão do MNE russo, é mais “justo” as relações bilaterais, dando o exemplo das ligações da Rússia com o Irão e a Síria. “Eu não acho que seja boa ideia unirmo-nos em bloco. Isto vai atar as mãos de todos se olharmos para a situação pragmaticamente”, disse.

Sergei Lavrov aproveitou para depois elogiar as relações com a China, que se mantido ambígua sobre a invasão. “É melhor ter uma relação alinhada ou uma relação muito perto sem precedentes tal como nós temos” com Pequim. “As relações atingiram um nível tão alto que em alguns aspetos excede as relações tradicionais de aliados”, vincou o ministro russo.

Elogiando o “Império Russo” em que a “cultura” e as “religiões” das regiões sempre foram “respeitadas”, Sergei Lavrov criticou os Estados Unidos, que afirmou ser um “caldeirão” de culturas.

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