O PAN pediu, esta quarta-feira, o reforço da vigilância junto a espaços de diversão noturna e “locais de grande afluência, como as universidades”, na sequência da morte do agente da PSP que foi agredido junto a uma discoteca.

“O executivo deve dar prioridade ao reforço da vigilância noturna não só em espaços de divertimento, como também em locais de grande afluência como as universidades”, defendeu o partido em comunicado, lembrando “o caso do jovem estudante que, há dois anos, foi vítima mortal de um assalto junto ao Campo Grande, em Lisboa, numa zona com fraca iluminação pública e relativamente à qual os estudantes vêm denunciando diversas situações que põem em causa a sua segurança”.

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Na sequência da morte do agente da PSP Fábio Guerra, devido às “graves lesões cerebrais” resultantes das agressões de que foi alvo na madrugada de sábado junto a uma discoteca em Lisboa, o PAN questionou, através do parlamento, o Ministério da Administração Interna.

Perante a violência sistémica a que se assiste com cada vez mais frequência na vida noturna, como é exemplo o caso em apreço, quais as diligências que serão tomadas para reforçar a vigilância noturna não só em espaços de divertimento como em locais de grande afluência como as universidades?”, quer saber o partido.

Os deputados do Pessoas-Animais-Natureza questionam também se o Governo vai “uniformizar os requisitos exigidos para o exercício de funções e, nesse seguimento, reivindicar também para as funções militares a ausência de sanção penal inibidora do exercício da função, ao invés de apenas exigir o requisito da não condenação criminal em pena de prisão efetiva”.

Na iniciativa, o PAN refere que “pelo menos dois dos envolvidos serão conhecidos por fazerem segurança privada” e que este é um setor “ao qual frequentemente são associados episódios de grande violência”.

Apontando que, “o Estado gastou mais de mil milhões de euros em segurança privada, sendo o maior cliente do setor”, o PAN pede uma explicação para “a ligação estreita e dependência entre a segurança privada e as forças públicas de autoridade, por via da acumulação de funções”.

“Sabendo a falta de condições das forças públicas de autoridade, quer em número de recursos humanos, quer em termos de condições laborais e salariais, pretende o Governo implementar uma estratégia de redução da dependência da segurança privada e de consequente aumento do investimento nas forças de segurança públicas?”, questiona ainda.

O PAN manifesta “o seu profundo pesar e tristeza pela perda da vida do jovem agente e endereça as suas mais sentidas condolências à família e amigos, bem como à Polícia de Segurança Pública”.

Ministério da Administração Interna pede abertura de inquérito à morte do agente Fábio Guerra

A ministra da Administração Interna determinou a abertura de um inquérito para apurar os factos relativos à morte do agente Fábio Guerra e a criação de um Programa Especial de Policiamento de Proximidade, que visa a promoção da segurança e paz e prevenção da criminalidade nas zonas de diversão noturna.

O agente Fábio Guerra, de 26 anos, morreu na segunda-feira, no Hospital de São José, em Lisboa, devido às “graves lesões cerebrais” sofridas na sequência das agressões de que foi alvo.

Três homens, com 24, 22 e 21 anos, foram detidos na segunda-feira pela PJ sob suspeita de envolvimento nas agressões, tendo um deles, civil, sido libertado na terça-feira após ser interrogado pelo Ministério Público, devendo os restantes dois detidos, fuzileiros da Armada, ser interrogados hoje por um juiz de instrução criminal.

Os dois fuzileiros são suspeitos do homicídio do agente e de agressões a outros quatro polícias, na madrugada de sábado, encontrando-se detidos na prisão militar de Tomar.