A poucas horas da cimeira extraordinária da NATO em Bruxelas sobre a guerra na Ucrânia a Coreia do Norte decide escalar a tensão internacional com o lançamento de um míssil balístico intercontinental. A informação avançada inicialmente dava conta que seria um “projétil não identificado”, mas a imprensa internacional está a avançar que se trata do primeiro teste dos proibidos mísseis balísticos de longo alcance norte-coreanos desde 2017.

O ministério da Defesa do Japão esclarece que o míssil voou durante 71 minutos, caindo nas águas do país. Makoto Oniki, vice-ministro da Defesa do Japão avança que se trata de um novo tipo de míssil balístico intercontinental (ICBM na sigla inglesa).

Em 2018 o próprio líder norte-coreano Kim Jong-un anunciava que “não se justificavam mais ensaios nucleares ou testes de mísseis”, na sequência de encontros inéditos com o à data presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mas a suspensão parece ter chegado ao fim. Com o fim da relação entre os dois países sem ter sido atingido qualquer acordo, Kim Jong-un deixou a promessa de construção de mísseis nucleares diferentes e com maior capacidade e aproveitou uma parada militar do país para exibir um dos mísseis.

epa08737328 A photo released by the official North Korean Central News Agency (KCNA) shows North Korea's new intercontinental ballistic missile (ICBM) during a military parade at the Kim Il Sung Square during celebrations of the 75th anniversary of the founding of the Workers' Party of Korea (WPK), in Pyongyang, North Korea, 10 October 2020 (issued 12 October 2020). EPA/KCNA EDITORIAL USE ONLY

Míssil foi exibido na celebração noturna do 75.º aniversário do Partido dos Trabalhadores, em 2020

O último lançamento deste tipo de mísseis tinha acontecido em novembro de 2017 quando a Coreia do Norte afirmava ter capacidade para atingir “qualquer parte do território continental dos Estados Unidos” com este tipo de armamento.

Há menos de duas semanas o Pentágono já tinha vindo sinalizar que a Coreia do Norte estava a testar mísseis balísticos intercontinentais, considerando que se tratava de uma “grave escalada” na já tensa situação da Península Coreana.

Os Estados Unidos consideravam que se trata de “uma violação descarada de várias resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, [que] aumentam desnecessariamente as tensões e correm o risco de desestabilizar a situação de segurança na região”. “Os Estados Unidos condenam veementemente esses lançamentos”, afirmava John Kirby, assessor de imprensa do Pentágono.

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