Volodymyr Zelensky fez vários elogios à atuação dos Estados-membros na reunião do Conselho Europeu em diversas ocasiões, deixou algumas hesitações relativamente à posição de alguns países sobre a adesão da Ucrânia à União Europeia, nomeadamente relativamente a Portugal.

“Agora, estamos a preparar a adesão da Ucrânia à União Europeia. Finalmente”, disse, ainda antes de deixar um pedido: “Não se atrasem, por favor. Durante o último mês compararam estes [dois] mundos e viram tudo. Vocês viram quem vale o quê e que a Ucrânia devia ser um membro da UE num futuro próximo.”

De seguida, Zelensky enumerou a posição de cada país sobre o tema: “A Lituânia defende-nos. A Letónia defende-nos. A Estónia defende-nos. A Polónia defende-nos. França — Emmanuel, acredito mesmo que vão defender-nos. Eslovénia defende-nos. Eslováquia defende-nos. República Checa defende-nos. A Roménia sabe o que é a dignidade, por isso vai defender-nos no momento crucial. A Bulgária defende-nos. A Grécia, acredito, defende-nos. Alemanha… um pouco mais tarde. Portugal — bem, está quase…

E prosseguiu: “A Croácia defende-nos. Suécia – azul e amarelo sempre se apoiaram. Finlândia — sei que está connosco. Os Países Baixos defendem o racional, por isso vamos encontrar território em comum. Malta — eu acredito que vamos ter sucesso. Dinamarca – eu acredito que teremos sucesso. Luxemburgo — entendemo-nos. Chipre — acredito mesmo que estão connosco. Itália — obrigada pelo vosso apoio! Espanha — vamos encontrar território comum. Bélgica — vamos encontrar argumentos. Áustria, junto com os ucranianos, é uma oportunidade para vocês. Tenho a certeza. Irlanda — bem, está quase.”

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A maior chamada de atenção foi feita à Hungria, com o chefe de Estado ucraniano a pedir que haja uma decisão e não uma “neutralidade”. “De uma vez por todas, têm de decidir de que lado estão, são um estado soberano”, sublinhou durante o discurso.

Volodymyr Zelensky referia-se à questão da entrada da Ucrânia na UE e não ao apoio que tem sido dado ao país. E sobre esta questão, o primeiro-ministro português tem-se pronunciado, mas tem gerido expectativas. “O que a Ucrânia precisa é de uma resposta urgente e efetiva“, alertou, enquanto pediu que os Estados-membros sejam “imaginativos” para dar uma “resposta concreta, rápida e que produza o efeito essencial, que é apoiar a reconstrução da Ucrânia, dar confiança aos ucranianos no futuro do seu desenvolvimento económico”.

“Como todos sabemos, os processos de adesão são muito lentos e, portanto, sem prejuízo desse pedido, o que é essencial é termos uma resposta concreta e urgente para as necessidades dos ucranianos”, defendeu o primeiro-ministro em Versalhes a 11 de março, na conferência de imprensa após o fim do Conselho Europeu.

Como tal, o chefe de Governo considera que o importante é que haja “negociações para aprofundar o acordo de associação que atualmente existe, sem prejuízo do pedido de adesão que a Ucrânia, na sua própria liberdade, decidiu apresentar”.