Nove produtores vitivinícolas do Alentejo fundaram uma associação que representa “um terço de todo o vinho” certificado produzido na região, disse segunda-feira à Lusa o presidente recém-empossado, José Miguel de Almeida.

A Associação de Vinhos e Espirituosas do Alentejo (APROVESA), cujos primeiros órgãos sociais tomaram posse na semana passada, em Évora, “nasce” com o objetivo de “fazer valer os interesses da região vitivinícola”, explicou.

As adegas Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito, de Borba e de Redondo, as cooperativas CARMIM (de Reguengos de Monsaraz) e da Granja, a empresa Encostas do Alqueva, a Fundação Eugénio de Almeida, a Quinta do Quetzal e a Herdade das Servas são os nove fundadores da associação.

Em comunicado, a APROVESA lembrou que o Alentejo é “líder na venda de vinhos engarrafados em Portugal”, com “mais de duas centenas de produtores de vinho”, passando a associação a representar “cerca de um terço de todo o vinho certificado na região.

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A associação, uma vez que reúne “um leque variado de produtores” e conhece “todas” as “realidades do setor vitivinícola do Alentejo, pode “fazer valer os interesses da região” junto das entidades onde venha a ter palco, destacou o presidente da APROVESA.

Trata-se, portanto, de representar conjuntamente “produtores de cooperativa, mas também privados, que são em grande número na região“, junto de entidades como “a Comissão Vitivinícola Regional Alentejana” ou “o próprio Instituto da Vinha e do Vinho”, acrescentou José Miguel de Almeida.

O também presidente da Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito lembrou ainda que é preciso ter “consciência de que existe um plano estratégico para a região”, ou seja, daquilo que o Alentejo e os produtores querem ter “do ponto de vista vitivinícola”.

E “a melhor forma de arranjar um caminho comum para a região” é através de uma associação que integre “produtores de diversas dimensões e realidades”, sustentou.

Segundo José Miguel de Almeida, um dos objetivos da APROVESA passa por “aumentar o número de associados” para conseguir “uma representatividade cada vez mais robusta” deste “importantíssimo setor da economia da região”.

O contexto que vivemos atualmente obriga-nos, cada vez mais, a um reforço do trabalho em rede”, frisou o líder da APROVESA.

Os produtores têm sido atingidos por “efeitos diretos e indiretos” da guerra na Ucrânia, sobretudo com “a escalada de preços dos fatores que permitem a produção do vinho”, a qual tem sido “muito significativa de semana para semana”, exemplificou.

Uma situação que “tem a ver com a própria guerra e não só”, porque já havia “uma escalada de preços a acontecer anteriormente à própria guerra”, lembrou.