Um tiroteio na estação de metro de Brooklyn, em Nova Iorque, provocou pelo menos 29 feridos, que não correrem perigo de vida. O ataque ocorreu esta terça-feira, durante a hora de ponta da manhã, tendo pelo menos dez das vítimas sido baleadas pelo atacante. As restantes sofreram de problemas respiratórios, pânico e ferimentos decorrentes da fuga.

O número de feridos começou por ser 16, mas subiu ao longo do dia, e está agora nos 29, de acordo com responsáveis de três hospitais de Brooklyn, citados pelo Washington Post. Todos estão estáveis e onze já tiveram alta.

Em conferência de imprensa, a polícia nova-iorquina referiu não se tratar de um “ato terrorista”, mas antes de um “incidente violento”. O homem estava no interior da carruagem do metro, com uma máscara de gás, quando tirou uma lata da mala, que começou a deitar fumo. Depois, o suspeito disparou indiscriminadamente não só na carruagem, como na estação de metro.

O suspeito do tiroteio encontra-se em fuga e a polícia nova-iorquina confirmou que estava vestido como um trabalhador da construção civil, de fato-macaco verde, uma sweatshirt cinzenta e usava uma máscara de gás. Ao final da noite, as autoridades informaram a CNN e Associated Press que conseguiram identificar uma “pessoa de interesse”, depois de encontrarem um cartão de crédito no local do tiroteio. O cartão foi usado para alugar uma carrinha que a política acredita estar relacionada com o caso. A polícia de Nova Iorque identificou esta “pessoa de interesse” como Frank James e apelou a quem saiba do seu paradeiro informe as autoridades. Inclusive, em comunicado, as autoridades adiantaram que estão a oferecer uma recompensa de 500 mil dólares (cerca de 461 mil euros) por informações do suspeito.

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A governadora de Nova Iorque, Kathy Hochul, indicou que os “nova-iorquinos acordaram num dia normal, deixaram as suas casas, foram para a escola, para o trabalho, para um dia normal”, quando o seu dia foi interrompido “brutalmente” por um “indivíduo sem coração”. “Este indivíduo é perigoso”, alertou a responsável, aconselhando a população a estar “muito vigilante”. “Os tiroteios em massa têm de acabar”, exortou.

Os ocupantes da carruagem, incluindo o suspeito, terão saído na estação seguinte. Pelo menos quatro vítimas foram encontradas na estação de 36th Street e uma outra pessoa vítima do ataque foi encontrada na 25th Street, conta a ABC New York.

O El Mundo avançou, e depois a polícia confirmou, que o suspeito será um homem afro-americano, com 1,65 metros de altura e cerca de 80 quilogramas. Segundo o que o órgão norte-americano ABC apurou, o suspeito estava a murmurar para si mesmo antes de abrir fogo com uma pistola com calibre .380.

Não havia câmaras a funcionar na estação da 36th Street, de acordo com a polícia. Contudo, a ABC apurou que existe uma fotografia do suspeito retirada de um vídeo feito com o telemóvel de uma testemunha que estava no local.

O presidente da câmara de Nova Iorque, Eric Adams, disse à WCBS Radio 880 AM que uma análise preliminar indica que o sistema de videovigilância da estação sofreu algum tipo de avaria. Neste momento decorre uma investigação para apurar se essa avaria afetou apenas uma câmara ou todas as que estão instaladas na estação.

Segundo a Reuters, a polícia de Nova Iorque encontrou explosivos inativos no local, corrigindo uma informação inicial dos bombeiros que indicava tratar-se de engenhos por detonar.

As testemunhas foram incentivadas a ligar para as autoridades caso tenham informações sobre o incidente.

O alerta foi dado às 8h30 horas locais (13h30 em Lisboa), indicou o porta-voz do Departamento da Polícia, e os agentes foram chamados para responder a um incidente na estação por onde passam as linhas D, N e R, cujos comboios foram travados para não passarem pelo local. Deu ainda conta de relatos de fumo no interior da estação.

Imagens a circular nas redes sociais — algumas podem chocar — mostram passageiros ensanguentados deitados no chão da estação.

O Departamento de Polícia (NYPD, na sigla inglesa) alertou os nova-iorquinos para evitar circular na respetiva área, onde estão veículos de emergência, e o presidente da câmara de Nova Iorque, Eric Adams, anunciou que a cidade vai duplicar o número de agentes de trânsito no sistema de metro cidade.

Ao comentar o caso, em declarações à CNN, Adams disse que a violência é um problema que está a afetar todo o país, e não apenas Nova Iorque: “O que estamos a enfrentar é um problema que está a atingir toda a nação neste momento (…) Precisamos de uma resposta nacional a esta questão”.

O metro de Nova Iorque está a funcionar de forma limitada: “Agora, as linhas B e W estão suspensas, enquanto a D, N e R estão com disrupções”.