O Presidente ucraniano admitiu a importância das negociações de paz, mas rejeitou qualquer acordo até Putin “fazer uma declaração oficial” da saída das tropas russas de território da Ucrânia.

“Não aceitaremos um conflito congelado”, sublinhou num encontro do Conselho de CEO (presidentes executivos) do The Wall Street Journal, acrescentando que não quer que a Ucrânia seja arrastada para um “lamaçal diplomático” como o acordo de paz para o leste da Ucrânia que foi intermediado pela França e pela Alemanha em 2015.

Em 2014, a Rússia anexou a península da Crimeia, na Ucrânia, e apoiou uma rebelião separatista na região de Donbass, centro industrial do leste do país.

O Presidente russo, Vladimir Putin, considerou o reconhecimento pela Ucrânia da soberania russa sobre a Crimeia e o reconhecimento da independência das regiões separatistas como condições-chave para interromper as hostilidades.

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Zelensky referiu, por seu lado, que Putin tem de concordar com a realização de um encontro entre os dois para negociar qualquer acordo que vise acabar com os combates.

Embora tenha admitido ser importante continuar as negociações de paz, o Presidente ucraniano sublinhou que “até o Presidente russo assinar ou fazer uma declaração oficial”, não faz sentido qualquer acordo.

Segundo Zelensky, as forças ucranianas já conseguiram interromper a ofensiva russa que descreveu como o primeiro estágio do conflito, assegurando que, na segunda etapa, a Ucrânia expulsará as tropas russas do seu território e, na terceira, será restaurada a integridade territorial total.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.