A ofensiva russa no leste da Ucrânia continua a avançar, com as tropas russas a tomarem completamente a cidade de Lyman, ponto fulcral de junção de linhas ferroviárias e de pontes sobre o rio Siverskyy Donets. Em Bakhmut já foram retirados mais de 50 mil civis, à medida que o exército russo se aproxima.
Este sábado também foi marcado pela chegada do primeiro navio ao porto de Mariupol desde que a cidade foi ocupada pelos russos. O navio prepara-se para carregar mais de duas mil toneladas de metal, que serão enviadas para a Rússia, num ato classificado pelo governo ucraniano como “pilhagem”.
O que aconteceu durante a madrugada e início da manhã
- O ministério da Defesa ucraniano negava esta sexta-feira que a Rússia controlasse a cidade de Lyman, no Donbass, mas os britânicos confirmaram este sábado que já é esse o cenário. Horas depois, o exército russo também anunciava que tomou a cidade, relevante por ali confluírem linhas de comboio e estradas, incluindo pontes sobre o rio Siverskyy Donets, que os russos pretendem atravessar.
- A cidade de Severodonetsk tem sido um dos principais pontos de combate no Donbass, mas, segundo o responsável da administração militar de Lugansk, os russos ainda não conseguiram cercar e isolar totalmente a cidade.
- A retirada de civis da cidade de Bakhmut avança, à medida que as tropas russas se aproximam. 55 mil pessoas já saíram da cidade, mas ainda permanecem 30 mil habitantes, muitos deles mais velhos.
- A Rússia confirmou que entrou um navio no porto de Mariupol, o primeiro desde que a cidade está totalmente ocupada pelas tropas russas. O navio será carregado com 2.700 toneladas de metal que depois serão transportadas para a cidade russa de Rostov-on-Don. O governo ucraniano reagiu a esta notícia classificando a exportação do metal como “pilhagem”.
- O regulador nuclear ucraniano pediu na sexta-feira apoio da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), sob a tutela da ONU, para a retirada imediata das tropas russas das centrais nucleares do país, por haver “possíveis riscos e consequências catastróficas”.
- As autoridades russas que controlam atualmente a cidade de Kherson, no sul da Ucrânia, decidiram fechar as fronteiras da cidade com outras zonas controladas pelos ucranianos como Mykolaiv e Dnipropetrovsk.
- A guerra na Ucrânia veio agravar o aumento dos custos no setor da saúde em Portugal, com os hospitais a registarem subidas de 25 a 30% em materiais e equipamentos, colocando “uma pressão tremenda” sobre estas instituições. Também a Associação da Indústria Farmacêutica (Apifarma) manifesta preocupação com o aumento dos custos de produção, apelando ao Governo que atualize os preços dos medicamentos.
- O ministério da Defesa russo anunciou este sábado que fez um teste bem sucedido de lançamento de um míssil de cruzeiro supersónico Zircon. Lançado a partir do Mar de Barents em direção ao Mar Branco, o míssil percorreu uma distância de cerca de mil quilómetros.