O Kremlin destacou para vir a Portugal, à Conferência dos Oceanos organizada pela ONU, Ruslan Edelgeriyev, que foi primeiro-ministro da República Chechena (o território da primeira invasão russa pós-soviética) e que agora é conselheiro de Putin no Kremlin. A notícia está a ser avançada pelo Expresso.

Segundo o jornal, Lisboa esperava uma representação menos associada a Putin, como um embaixador, mas o Kremlin indicou que vai mandar à Conferência dos Oceanos de Lisboa, no fim do mês, um conselheiro de Putin no Kremlin. E o Governo português diz estar de mãos atadas, tendo de aceitar o nome proposto – e já foram dadas instruções para que se receba a delegação russa sem constrangimentos.

A embaixada já comunicou ao protocolo de Estado português que, mesmo não vindo Lavrov ou um ministro, a Rússia estará representada ao mesmo nível que os EUA, por exemplo – Joe Biden terá a representá-lo John Kerry, ex-secretário de Estado para os assuntos exteriores, atual representante do Presidente norte-americano para as alterações climáticas.

O facto de Putin enviar um homem próximo coloca desafios de segurança e, também, riscos diplomáticos. Perante as crescentes acusações de crimes de guerra cometidos em território ucraniano, a comunidade internacional deu alguns passos para isolar a Rússia até nos organismos da ONU, tendo suspendido Moscovo do comité de direitos humanos – houve, também, movimentos no sentido de isolar Moscovo diplomaticamente na área climática.

Comentando a notícia, o ministro dos Negócios Estrangeiros garantiu que “não há nenhum diálogo com a Rússia“. João Gomes Cravinho falou aos jornalistas à margem da conferência conjunta com Sviatlana Tsikhanouskaya, líder da oposição bielorrussa.

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