Em atualização

Ao contrário daquilo que foi anunciado há apenas um mês — e de todo o planeamento anunciado publicamente — a entrada em funcionamento em pleno da Carris Metropolitana só acontecerá em janeiro do próximo ano e não já no próximo dia 1 de julho. Transportes Metropolitanos de Lisboa culpam operadores de transportes que respondem com escassez de matéria-prima em resultado da Covid-19 e da guerra na Ucrânia.

O anúncio foi feito pela Transportes Metropolitanos de Lisboa, em comunicado, depois de no início de junho se terem registado grandes dificuldades no arranque da nova Carris Metropolitana nos distritos da margem sul de Lisboa.

Carris Metropolitana. Empresas garantem que situação “está normalizada” e preveem retoma do plano “em duas a três semanas”

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Segundo a Transportes Metropolitanos de Lisboa, a entrada em vigor nos concelhos da Amadora, Cascais, Lisboa, Oeiras e Sintra (área 1) e Loures, Mafra, Odivelas e Vila Franca de Xira (área 2) é adiada para o início do próximo ano “uma vez que não estão garantidas as condições essenciais” sendo que a responsabilidade é “dos prestadores de serviço” segundo a empresa.

“Na Área 1, que corresponde aos concelhos de Amadora, Cascais, Lisboa, Oeiras e Sintra, e na Área 2, que corresponde aos concelhos de Loures, Mafra, Odivelas e Vila Franca de Xira, a entrada em funcionamento é adiada para dia 1 de janeiro de 2023, uma vez que não estão garantidas as condições consideradas essenciais para a entrada em funcionamento do novo serviço, por razões da responsabilidade dos operadores prestadores de serviço nas Áreas 1 e 2“, lê-se no comunicado.

No início deste mês de junho a Carris Metropolitana conheceu um arranque atribulado, que resultou depois num retrocesso nos horários e carreiras, nos concelhos de Alcochete, Moita, Montijo, Palmela e Setúbal. Com motoristas perdidos sem conhecimento dos percursos que deviam realizar e passageiros sem informação de horários ou paragens, o resultado foi reverter as alterações aos anteriores horários que ainda se mantêm.

Empresa que gere transportes em Lisboa espera que Carris Metropolitana retome horários anteriores na terça-feira

Dentro de uma semana, ao invés de se alargar a marca uniformizadora dos autocarros em toda a área metropolitana conforme anteriormente planeado o serviço irá avançar apenas em Almada, Seixal e Sesimbra “com mais frequências, horários, linhas novas e uma frota de autocarros renovada” deixando de fora os restantes nove concelhos que deviam completar a Carris Metropolitana.

Na área 4, a que avançou e retrocedeu a 1 de junho (concelhos de Alcochete, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela e Setúbal) fica a garantia da Transportes Metropolitanos de Lisboa que será agora, um mês mais tarde, reforçada a oferta nos concelhos que “ainda é inferior ao definido contratualmente na Carris Metropolitana”.

Operadores de transportes justificam-se com “falta de matéria prima” por culpa da Covid-19 e guerra na Ucrânia

Operadora Viação Alvorada, Lda que está responsável pelos concelhos do lote 1 (Amadora, Cascais, Lisboa, Oeiras e Sintra) diz que incapacidade de arrancar já em julho e adiamento para janeiro de 2023 “não é imputável à Viação Alvorada” uma vez que é consequência da “escassez de matérias-primas e de componentes no mercado internacional fruto da pandemia da Covid-19 e da guerra na Ucrânia”.

A operadora acrescenta ainda que “está assegurada a continuidade do serviço público de passageiros sem qualquer perturbação até dia 31 de dezembro de 2022”.

A mesma justificação repete a Rodoviária de Lisboa S.A. que opera nos concelhos de Loures, Mafra, Odivelas e Vila Franca de Xira.

“Em resultado da situação de escassez de matérias-primas e de componentes no mercado internacional resultantes da pandemia Covid-19 e da guerra da Ucrânia (país produtor de componentes), não ser possível assegurar a disponibilidade da frota (autocarros) e dos sistemas de informação atempadamente encomendados pela Rodoviária de Lisboa”, lê-se no comunicado.