O primeiro-ministro de Itália, Mario Draghi, visitou esta terça-feira o Presidente, Sergio Mattarella, e conversou com o líder progressista do Partido Democrático (PD), Enrico Letta, na véspera da sessão parlamentar que irá ditar o futuro da coligação governamental italiana.

Depois regressou à sede do Governo, o Palácio de Chigi, para preparar a moção de confiança que será votada na quarta-feira no parlamento.

De acordo com os media locais, Enrico Letta, secretário-geral do PD, terá ido falar esta terça-feira com o primeiro-ministro para o convencer a encontrar uma solução de permanência da atual coligação governamental.

Na quinta-feira passada, Draghi apresentou a demissão, no meio de uma crise política desencadeada pela recusa do Movimento 5 Estrelas (M5E, anti-sistema), que faz parte da coligação de governo, de participar num voto de confiança ao executivo.

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O pedido de demissão de Draghi seria rejeitado por Sergio Mattarella, que remeteu o assunto para o parlamento.

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As conversas de Draghi podem indicar um avanço nas negociações para resolver a atual crise política, depois de o primeiro-ministro ter acusado o M5S de boicotar a coligação, ao recusar o apoio parlamentar aos pacotes de ajuda para aliviar os efeitos da inflação.

À exceção do M5S, todos os outros partidos da coligação têm tentado convencer o primeiro-ministro a permanecer no cargo.

Estes partidos consideram que a coligação deve abdicar do apoio do M5S, que classificam como “não fiável”, e procurar uma nova dinâmica de apoio parlamentar.

De acordo com uma sondagem divulgada nas últimas horas, a maioria dos eleitores dos partidos que compõem a coligação de unidade nacional que apoia Draghi quer que o primeiro-ministro permaneça à frente do executivo, incluindo os eleitores do M5S.

Centenas pedem em carta aberta a Draghi para continuar primeiro-ministro de Itália

Os ultra-radicais do Irmãos de Itália, de Giorgia Meloni, a única oposição formal a Draghi no parlamento, invocam os bons resultados nas sondagens para insistirem num cenário de eleições antecipadas, estando já a força partidária a preparar-se para formar Governo, segundo avançam alguns meios de comunicação social.