A mulher saudita que foi condenada a 34 anos de prisão pela sua atividade na rede social Twitter poderá ter sido denunciada às autoridades sauditas através de uma app, noticia o Guardian. Trata-se de uma app saudita para reportar crimes que se chama Kollona Amn (We are All Security, Nós somos todos segurança) e pode ser descarregada para telefones Apple e Android. A app também tem uma conta de Twitter e nos sites oficiais sauditas é descrita como um aplicação que “permite aos cidadãos e expatriados submeter relatos de segurança e criminais relacionados com ataques à vida pessoal, ameaças, falsificação, extorsão, invasão de contas de redes sociais, difamação, fraude e ofensas criminais e denúncias de segurança”, explica o meio britânico.

Salma al-Shehab é saudita, mãe de dois filhos pequenos (com seis e quatro anos), tem 33 anos e é aluna de doutoramento na Universidade de Leeds, no Reino Unido. Esta segunda-feira, 15 de agosto, foi condenada a 34 anos de prisão na Arábia Saudita pela sua atividade na rede social Twitter, principalmente por seguir e partilhar conteúdo de ativistas e dissidentes.

Arábia Saudita. Estudante condenada a 34 anos de prisão por atividade no Twitter

Em outubro de 2019 Salma al-Shehab respondeu a um tweet com o anúncio da criação de uma nova rede de autocarros com um tweet com a palavra “Finalmente!”. Segundo o Guardian, uma revista pela conta de Twitter de Salma al-Shehab mostra que ela foi reportada por uma pessoa com uma conta saudita a 15 de novembro de 2020. O utilizador em questão terá dito a Salma que a tinha denunciado na app saudita. Não se sabe se as autoridades do país responderam diretamente à denúncia. Mas a mulher foi presa dois meses depois.

O Guardian questionou a Apple e a Google se iriam repensar o acesso à app, depois do caso de Shehab, mas não teve resposta.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR