A polícia federal brasileira está, na manhã desta terça-feira, a fazer buscas contra um grupo de oito empresários, apoiantes de Jair Bolsonaro, que terão defendido em conversas no Whatsapp um golpe de Estado no Brasil, caso o ex-Presidente Lula da Silva consiga voltar a ser eleito nas eleições de outubro.

Como escrevem a Folha de São Paulo e a CNN Brasil, os mandados de busca, que mobilizaram trinta e cinco agentes em dez endereços entre os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Ceará, foram autorizados pelo juiz do Tribunal Supremo Alexandre de Moraes.

Os empresários (Luciano Hang, da Havan, José Isaac Peres, da rede Multiplan, Ivan Wrobel, da Construtora W3, José Koury, do Barra World Shopping, André Tissot, do Grupo Serra, Meyer Nigri, da Tecnisa, Marco Aurélio Raimundo, da Mormai, e Afrânio Barreira, do Grupo Coco Bambu) serão também ouvidos pela polícia brasileira.

As mensagens em que o golpe era defendido foram noticiadas pelo jornal Metrópoles. Na peça, que incluía os printscreens de algumas das trocas de mensagens, eram relatadas conversas do grupo de Whatsapp Empresários & Política, onde se incluíam várias referências a um possível golpe de Estado.

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Depois da notícia do Metrópoles, o empresário Luciano Hang confirmou à Folha que faz parte do grupo, mas garantiu que quase nunca participa ativamente nem falou sobre nenhum golpe, apesar de ver o seu nome envolvido em “toda a polémica possível”: “Sou pela democracia, liberdade, ordem e progresso”.

Outros empresários e empresas já se manifestaram sobre as trocas de mensagens. A Tecnisa lembrou, em comunicado, que Meyer Nigri “não é porta-voz da empresa”, que frisa ser “apartidária” e defender os valores democráticos. Já Afrânio Barreira, do grupo Coco Bambu, emitiu uma nota garantindo que nunca apoiou qualquer conduta que não seja institucional e democrática. O empresário José Koury também veio garantir não ser a favor de nenhum golpe, criticando a “deturpação” de mensagens obtidas num grupo “privado, de amigos”.