Foi fundada em 1974 como uma empresa de produtos de plástico, hoje é “apenas” um dos maiores fabricantes do mundo de computadores, smartphones e de uma série de outros componentes electrónicos. Referimo-nos à Foxconn, companhia de Taiwan que tem entre os seus principais clientes gigantes como a Apple e a Microsoft. Sucede que esta empresa também quer ter uma palavra a dizer nessa nova “aventura” que são os carros eléctricos, razão pela qual estabeleceu diferentes joint ventures, com o intuito de maximizar as sinergias decorrentes da adopção de uma plataforma comum. É essa arquitectura, denominada Mobility in Harmony (MIH), que serve de base ao primeiro modelo eléctrico que envolve a Foxtron, a recém-criada divisão automóvel da Foxconn. Trata-se de um SUV com design Pininfarina que, pouco depois da sua apresentação, “deitou abaixo” o site das pré-reservas. E isto sem que a revelação tenha sido fértil em detalhes…

O modelo em causa já recolheu para cima de 10.000 reservas, embora não seja esperado antes da segunda metade de 2023 e apesar de ainda não terem sido libertadas todas as especificações técnicas. Trata-se de um SUV que toma como ponto de partida o concept Foxtron Model C, exibido em Novembro de 2021, mas que agora dá pelo nome de Luxgen n7. De referir que a Luxgen é uma marca da Yulan Motor, o maior fabricante de automóveis de Taiwan, pelo que esta ligação à Foxtron “ressuscitou” o tema do há muito falado Apple Car. A imediata aceitação e o interesse suscitado pelo primeiro carro a bateria com o cunho da Foxconn, bem como o facto desta companhia ter assegurado que o Luxgen n7 vai mesmo passar à produção, alimentam os rumores que associam o futuro carro da Apple à Foxconn – empresa, aliás, que já trata de fabricar os iPhones.

O concept Foxtron Model C, revelado em 2021, é em tudo idêntico ao Luxgen n7

Sem que se faça qualquer luz sobre o que a marca de Cupertino tem em mente para a sua entrada no mundo das quatro rodas, o certo é que foi público que a Apple tentou garantir a produção do seu futuro carro junto de construtores já estabelecidos. Mas, aparentemente, as negociações goraram-se e todas as portas se fecharam: da Hyundai-Kia à Nissan, passando pela Toyota. Agora com esta entrada da Foxconn numa área de produção que a Apple não domina, adensam-se as suspeitas que o futuro iCar, ou Apple Car, também passará pela terceirização do fabrico em Taiwan.

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Quanto ao Luxgen n7, é altamente fiel ao estilo do protótipo desenhado em parceria com o atelier Pininfarina. Num primeiro olhar, a versão de produção sofre pouquíssimas alterações, à frente e atrás, pelo que as medidas anteriormente anunciadas também não devem sofrer mexidas. Com 4,640 m de comprimento e uma distância entre eixos de 2,860 m, o Luxgen n7 vai oferecer lugar para sete ocupantes que, à partida, devem ser brindados com tecnologia em doses generosas. Até porque a Foxconn é exímia em chips, daí ter sido escolhida pela Stellantis para a criação e comercialização de novos semicondutores para a indústria automóvel.

Quanto ao essencial num modelo eléctrico, a bateria, sabe-se apenas que surgirá integrada numa plataforma tipo skate e que essa base open-source, criada pela Foxtron, permite propor versões com tracção traseira e tracção integral até 408 cv. Mais próximo do lançamento, aguarda-se a confirmação de que a autonomia deste SUV rondará os 700 km, podendo a operação de recarga ser “ultra-rápida”.

O arranque da comercialização do Luxgen n7 está previsto para meados de Outubro, para já no mercado doméstico. Mas a exportação está nos planos das duas marcas. Aliás, a Foxconn terá admitido à imprensa que pondera a montagem de uma fábrica nos EUA.