A Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) inscreveu nove manifestações no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, em 2021, e este ano já “vai para a sétima inscrição“, disse esta sexta-feira o diretor-geral, João Carlos Santos.

Num seminário em Coimbra, promovido pela Direção Regional de Cultura do Centro (DRCC), para debater como preservar, salvaguardar e valorizar o Património Cultural Imaterial, o diretor-geral do Património Cultural (DGPC) fez um balanço do trabalho realizado nesta área, destacando o reforço da equipa técnica afeta à área do património cultural imaterial.

Este reforço “possibilitou o tratamento de todos os pedidos de inventariação que deram entrada” na DGPC, enquanto entidade competente para decidir a sua inscrição no Inventário Nacional.

“Em 2021, foram inscritas nove manifestações no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial e, em 2022, vamos para a sétima inscrição”, afirmou, João Carlos Santos.

A última decisão de inscrição foi a manifestação “saberes e práticas tradicionais de construção do cavaquinho”.

Atualmente, a DGPC “não tem pedidos de inventário em atraso“, adiantou.

Na sessão foi ainda destacado o papel de estreita cooperação, entre as direções regionais de Cultura e a DGPC, na salvaguarda deste património já que são “parceiros indispensáveis“, nas quais o “Inventário Nacional constitui um ponto de partida e um instrumento de planeamento para o que importa verdadeiramente: a salvaguarda do Património Cultural Imaterial”, sublinhou.

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A diretora regional de Cultura do Centro, Suzana Menezes reiterou, na sua intervenção, a importância deste património, na Estratégia Regional de Cultura do Centro 2030, naquilo que é a visão para a região para a próxima década.

“Temos que assegurar a preservação do nosso património imaterial e das “nossas estórias“, precisamente aquelas que nos edificam como comunidades”, frisou.

A DRCC propôs, no âmbito da preparação do próximo Quadro Plurianual de Investimentos, o Portugal 2030, um conjunto de linhas de financiamento que permitam à Região Centro afirmar, preservar e valorizar o seu património cultural imaterial.

Suzana Menezes referiu que está na altura de se começar “a refletir muito seriamente sobre o modo como vamos preservar, salvaguardar e valorizar este frágil património na nossa região” que, “enfrenta as mais variadas ameaças, desde logo, a profunda carência de “energia demográfica” associada à problemática do envelhecimento e abandono de territórios e, consequentemente, de práticas, tradições e expressões ancestrais que correm o risco de não serem transmitidas aos nossos descendentes”, relembrou.

“Mais do que nunca” é “tempo de colocarmos na agenda social e política a questão da sustentabilidade e salvaguarda do património cultural imaterial, definindo e implementando políticas públicas que, estimulando a tão necessária revitalização dos diferentes aspetos deste património, se traduzam em medidas e ações concretas de preservação, proteção, promoção, valorização e transmissão do património cultural imaterial, numa muito necessária articulação com o domínio da educação formal e não formal das nossas comunidades”, concluiu.