O ex-primeiro-ministro do Paquistão prometeu retomar na terça-feira uma marcha de protesto contra o atual Governo, suspensa na quinta-feira após uma alegada tentativa de assassínio contra o antigo governante.

Ex-primeiro-ministro paquistanês baleado em marcha política. Paquistaneses saíram à rua indignados

Numa mensagem ao país, a partir do hospital, Imran Khan exigiu novamente uma investigação ao tiroteio e a renúncia de três personalidades poderosas do governo e dos militares que acusa de terem planeado o seu assassínio.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O líder do partido paquistanês Tehree-e-Insaf (PTI) foi deposto do cargo em abril após o parlamento ter rejeitado uma moção de confiança no Governo.

Khan organizou em maio uma marcha de protesto rumo a Islamabad, que terminou quando apoiantes do antigo jogador de cricket entraram em confronto com a polícia na capital.

Em 28 de outubro, o ex-primeiro-ministro lançou, a partir de Lahore, uma nova “longa marcha” sobre a capital, para pressionar o Governo do primeiro-ministro, Shahbaz Sharif, a antecipar as eleições, previstas para 2023.

A marcha, que tinha até então sido pacífica, foi suspensa na quinta-feira em Wazirabad, na província oriental de Punjab, depois de um atirador ter aberto fogo contra o veículo em que seguia.

Um dos apoiantes de Imran Khan morreu e mais 14 pessoas ficaram feridas, incluindo o antigo primeiro-ministro, atingido na perna direita.

O suposto autor dos disparos, segundo a agência noticiosa France-Presse (AFP) foi, entretanto, abatido, enquanto uma segunda pessoa, que alegadamente estaria com o atirador, foi detida pela polícia paquistanesa.

Sentado numa cadeira de rodas, com a perna direita enfaixada e elevada, Khan disse no domingo, antes de receber alta hospitalar, que a marcha voltaria a partir de Wazirabad.

Khan disse que a marcha levará entre 10 e 15 dias para chegar à cidade de Rawalpindi, onde se espera que grupos vindos de outras partes do país se juntem à manifestação.

O líder do PTI disse que irá manter contacto com os líderes da marcha e eventualmente liderar o “mar de pessoas” em direção a Islamabad.

Na sexta-feira, milhares de simpatizantes de Khan envolveram-se em violentos confrontos com a polícia, após a alegada tentativa de assassínio.

Segundo a Europa Press, fontes do PTI confirmaram o início de marchas de protesto nas principais cidades do país, como Islamabad, Carachi, Lahore, Queta, Peshawar, Malakand, Rajanpur, Bahawalnagar e Kohat, entre outras, que terminam em confrontos com maior ou menor intensidade com as forças de segurança.

A polícia de Islamabad acusou partidários do PTI e do ex-primeiro-ministro de “bloquearem o tráfego” na capital e pediu aos participantes para que se abstenham de incendiar veículos.

Khan acusou o atual primeiro-ministro, o ministro do Interior, Rana Sanaullah, e um alto oficial militar de planearem o assassínio, mas estes já rejeitaram qualquer envolvimento no incidente.