Alunos das escolas secundárias Camões e António Arroio, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, das faculdades de Letras e Ciências da Universidade de Lisboa e do Instituto Superior Técnico prosseguem com o terceiro dia de greve pelo fim do uso dos combustíveis fósseis, tendo passado a segunda noite consecutiva nos seus estabelecimentos de ensino.

No Liceu Camões, a chuva forte que se fez sentir na terça-feira não demoveu os estudantes, que continuaram a participar com entusiasmo na iniciativa, surpreendendo a direção da escola e até os próprios organizadores. “A direção já percebeu que estamos aqui para ficar”, diz Clara Pestana, uma das porta-vozes do movimento na Camões.

Apesar de a escola ser “completamente aberta” e de não haver maneira de “a chuva não influenciar”, Clara diz que “não houve muita desmobilização”. “Continua a haver pessoas que compreendem o problema em questão e isso é muito importante, mostra uma grande solidariedade”.

Estudantes dormiram no chão, em tendas, em colchões mas não abandonam as escolas em protesto contra os combustíveis fósseis

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Também na Escola Artística António Arroios, os ânimos continuam em alta, com Gil Oliveira, um dos manifestantes, a declarar que na última noite houve mais pessoas a pernoitar na escola e que vários alunos não deixam o local desde que o protesto começou, na segunda-feira, “desenrascando-se” como podem, em termos de alimentação e de higiene.

“Temos os balneários. É o mínimo, não é um banho geral é só lavar os sovacos, a cara, os dentes e a higiene básica”, explica o aluno. “O jantar correu melhor ontem e foi muito mais rápido. Ninguém passou fome e ainda sobrou comida”.

A todas as escolas e faculdades lisboetas chegam “palavras de apoio e encorajamento” de professores, que se mostram compreensivos relativamente às reivindicações dos alunos. Também os pais se dizem orgulhosos pelos filhos estarem a lutar por “uma causa tão importante e urgente”, revela Raquel Alcobia, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. “Os nossos pais apoiam que reivindiquemos pelo nosso futuro”, acrescenta.