A Interpol, a agência de cooperação policial internacional com sede em Lyon (França), confirmou esta quarta-feira que emitiu um “alerta vermelho”na sequência da emissão no dia 3 de novembro de um mandado de captura internacional de Isabel dos Santos por parte da Procuradoria-Geral da República (PGR) de Angola, revela a Reuters.

Isto significa que todas as polícias nacionais que pertencem à Interpol foram informadas de que está pendente tal mandato que visa deter a filha de José Eduardo dos Santos para que seja extraditada para Angola.

Mandado de captura internacional. Isabel dos Santos pode ser detida a qualquer momento

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A empresária é visada em Angola em vários processos judiciais por suspeitas dos crimes de peculato, fraude qualificada, participação ilegal em negócios, associação criminosa e tráfico de influência, lavagem de dinheiro. A empresária é suspeita de ter prejudicado o Estado angolano em mais de 200 milhões de euros.

Tal como o Observador já tinha noticiado a 18 de novembro, na sequência de uma notícia da Agência Lusa, o mandado emitido pelas autoridades angolanas já tinha eficácia internacional. Ou seja, desde o momento em que a PGR de Angola notificou a Interpol de que tinha emitido tal mandado que passou a ser possível que Isabel dos Santos possa ser detida pela polícia em qualquer parte do mundo.

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A emissão do “alerta vermelho” por parte da Interpol significa, em primeiro lugar, que a agência internacional aceitou e considerou válido o pedido de cooperação policial emitido por Angola. Por outro lado, reforça a divulgação de tal mandado.

Por exemplo, se Isabel dos Santos tentar viajar por avião a partir de um aeroporto internacional, será automaticamente detida. Isto porque o seu nome está devidamente sinalizado nos sistemas informáticos de todas as autoridades policiais que controlam as respetivas fronteiras nacionais.

Isabel dos Santos em entrevista à CNN: “O único sítio onde não estou a salvo é em Angola”

Isabel dos Santos deu esta semana uma entrevista à CNN Portugal a partir de um local não revelado, na qual se queixou de perseguição política por parte de João Lourenço. “Acredito que nos países onde a lei funciona eu estarei sempre a salvo. O único sítio onde não estarei a salvo é efetivamente em Angola”, afirmou.