Os sindicatos da Polícia de Segurança Pública (PSP) consideraram esta sexta-feira que o despacho do Governo que autoriza a passagem de 600 agentes à pré-aposentação “já vem tarde” e “é um número bastante abaixo do necessário”.

Em declarações à Lusa, o presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), Paulo Santos, adiantou que vai apresentar uma ação judicial pelo atraso da publicação da deliberação. “A ASPP/PSP vai avançar (…) com uma ação em tribunal relativamente a este despacho, por ter só saído em 2023 e não em 2022“, afirmou esta sexta-feira à noite por telefone à Lusa.

De acordo com Paulo Santos, o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, “uma vez mais esteve mal na gestão de um processo”. “Empurrou para 2023 algo que deveria ter sido resolvido em 2022 e com isso deixou muitos profissionais em expectativa e em situação de constrangimento e de revolta”, acusou.

Reforçando o atraso do despacho, Paulo Santos lembrou que há “cerca de 2.000 profissionais que requereram [a pré-aposentação] e têm requisitos para sair”. “Muitos têm vontade de ir embora da PSP, por falta de condições, de dignificação, da falta de respeito que este Governo tem tido para com os elementos da PSP“, salientou.

Por sua vez, o presidente do Sindicato Nacional da Polícia (Sinapol), Armando Ferreira, referiu à Lusa que a vigília pelo “direito à pré-aposentação na PSP”, agendada para a próxima terça-feira em Lisboa, vai se manter.

“A vigília mantém-se. A vigília não é desmarcada, porque, por um lado, era pela publicação da lista que estava em atraso e que deverá ser publicada formalmente na segunda-feira, mas, por outro, também era pelo comprimento do direito do estatuto que confere às polícias de passar à pré-aposentação aos 55 anos e não aos 60 como está a acontecer”, sublinhou.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR