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Morreu esta terça-feira aos 81 anos de idade o cardeal australiano George Pell, o antigo ministro das finanças do Vaticano, que esteve preso durante mais de um ano devido a uma condenação por abusos sexuais de menores antes de ser absolvido pelo Supremo Tribunal da Austrália.

De acordo com o canal de televisão católico EWTN, George Pell morreu em Roma na sequência de complicações resultantes de uma cirurgia a que foi submetido esta terça-feira.

O jornal Crux, citando uma fonte próxima do cardeal Pell, adianta que Pell morreu pouco antes das 21h de Roma (20h em Lisboa) depois de complicações que se seguiram a uma pequena cirurgia no hospital Salvator Mundi, em Roma. A mesma fonte explicou que, depois do funeral no Vaticano, o corpo do cardeal Pell vai ser transportado para a Austrália e será sepultado na catedral de Sydney.

A informação também foi confirmada através de uma nota publicada na internet pelo atual arcebispo de Sydney, Anthony Fisher. “É com profunda tristeza que posso confirmar que sua eminência o cardeal George Pell faleceu em Roma”, escreveu Fisher. “A notícia é um grande choque para todos nós. Por favor, rezem pelo repouso da alma do cardeal Pell, pelo conforto e consolo da sua família e por todos aqueles que o amavam e que sentem a sua falta neste momento.”

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Cardeal Pell: “Se eu me visse como um verdadeiro embaraço para o Papa, parava amanhã”

Nascido em 1941 em Ballarat, na Austrália, George Pell foi ordenado padre em 1966 e durante a sua carreira eclesiástica passou por várias paróquias australianas. Foi elevado ao episcopado em 1987 pelo Papa João Paulo II, tendo passado por Melbourne e Sydney (já como cardeal), onde se destacou como uma das principais figuras do conservadorismo católico a nível global.

Em 2013, o Papa Francisco nomeou-o para o restrito Conselho dos Cardeais, organismo de aconselhamento do líder da Igreja Católica para a reforma da Cúria Romana, e para o cargo de prefeito da Secretaria para a Economia — na prática, o ministro das finanças do Vaticano, com a responsabilidade de limpar a imagem do Vaticano após anos de escândalos financeiros.

George Pell. Como o ministro das Finanças do Papa passou de inimigo público n.º 1 a inocente

Todavia, George Pell viria a deixar esses cargos quando foi implicado numa investigação por abusos sexuais de menores na Austrália. O caso resultaria na sua condenação a uma pena de seis anos de prisão efetiva por ter abusado sexualmente de dois rapazes nos anos 90. Em 2020, o Supremo Tribunal da Austrália ilibou George Pell de todas as acusações de determinou a sua libertação. Neste artigo do Observador, pode recordar os detalhes da história de George Pell, que passou de inimigo público número 1 a inocente.

Em 2017, o cardeal George Pell, já envolvido na polémica dos abusos sexuais de menores, deu uma entrevista ao Observador em que assumiu: “Se eu me visse como um verdadeiro embaraço para o Papa, parava amanhã.”