Um juiz norte-americano ordenou que a Boeing vá a tribunal no dia 26 para ser acusada no processo dos  acidentes com dois jatos 737 Max, uma decisão que ameaça desfazer um acordo que a multinacional havia negociado.

Boeing. Companhias aéreas deixaram de encomendar 737 Max

A decisão de um juiz do Texas surgiu depois de familiares de algumas vítimas terem dito que o governo dos Estados Unidos violou os direitos ao chegar a um acordo com a Boeing sem notificar primeiro as famílias, refere a agência de notícias Reuters.

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O juiz do Tribunal do Distrito do Norte do Texas , Reed O’Connor, decidiu que as pessoas que morreram nos dois acidentes são legalmente “vítimas de crimes” e que os membros das suas famílias lhe pediram que requeresse que a Boing fosse legalmente acusadas de crime.

“As famílias estão ansiosas para abordar a empresa responsável pela morte dos seus entes queridos na audiência da próxima semana”, disse Paul Cassell, advogado de familiares de algumas das 346 pessoas mortas nos acidentes.

À agência de notícias Associated Press (AP), um porta-voz da Boeing disse que a empresa não tinha comentários a fazer. Também o Departamento de Justiça permaneceu em silêncio.

O’Connor determinou em 2022 que os familiares dos mortos nos acidentes são vítimas de crimes sob a lei federal e deveriam ter sido consultados antes de o Departamento de Justiça fazer um acordo, no qual a Boeing pagou 2,5 mil milhões de dólares (2,3 mil milhões de euros) para evitar processos criminais por burlar reguladores federais que aprovaram o modelo 737 Max.

A Boeing concordou em pagar uma multa de 243,6 milhões dólares (224,8 milhões de euros) e criar um fundo de 500 milhões de dólares (cerca de 461 milhões de euros) para compensar as famílias das vítimas.