Duarte Cordeiro, ministro do Ambiente e ex-vice-presidente de Fernando Medina, na autarquia de Lisboa, insurgiu-se na manhã desta terça-feira, 24 de janeiro, contra uma alegada denúncia entregue no Ministério Público, noticiada pelo jornal Correio da Manhã.

“Espero que o Ministério Público seja rápido a lidar com estas denúncias e estarei, como sempre, disponível para qualquer questão ou dúvida sobre alguma ação que tenha ocorrido nos meus mandatos”, escreveu numa publicação, na rede social Facebook.

“Não podemos tolerar um ambiente no qual se credibilizem denúncias feitas de forma profissional, com claro interesse político partidário, e que se desconhece se estão suportadas em algum tipo de evidência.”

Esta terça-feira, o Correio da Manhã avançou que, segundo a denúncia, Joaquim Morão, histórico socialista e ex-Presidente da Câmara de Idanha, terá usado a avença atribuída pela autarquia de Medina para angariar dinheiro para o PS através de obras públicas. Duarte Cordeiro é indicado pelo jornal como o “homem forte do dinheiro”, a quem Joaquim Morão, alegadamente, reportaria a angariação das verbas.

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Tal como declarou ao jornal, Duarte Cordeiro reforça nesta mensagem na rede social a acusação de uma “tentativa” de o “envolver neste tema”. E deixa três pontos que o afastam da denúncia.

Em primeiro lugar, indica, o trabalho de Joaquim Morão na CML não estaria relacionado com as suas “áreas de competência delegada”, ainda que “naturalmente” possa ter estado com o antigo autarca “enquanto desempenhou as funções para as quais foi contratado”.

Depois, não se recorda de ter “tido alguma conversa com Joaquim Morão enquanto presidente do PS da Federação da Área Urbana de Lisboa”. Por fim, desconhece “a existência de qualquer investigação”, garantindo que nunca foi chamado a “prestar qualquer depoimento.”

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Fernando Medina, contactado pelo CM, afastou Duarte Cordeiro do cenário, afirmando também que o atual ministro do Ambiente “nunca teve responsabilidade sobre o pelouro das Obras Municipais, que estava na dependência do vereador Manuel Delgado”. Assim, “não teve participação na decisão de contratação nem na condução dos trabalhos de obras.”