Com Jorge Fonseca e Telma Monteiro a recuperarem de lesões, Catarina Costa era figura de proa da longa equipa de judocas nacionais que iria participar no Grande Prémio de Portugal, primeira prova do Circuito Mundial que contava com a presença de quase 550 judocas na antecâmara do Grand Slam de Paris. Porque tinha ganho em Almada no último ano, porque partia como cabeça de série nos -48kg, porque é a portuguesa com melhor ranking mundial nesta fase (sétimo). E era dela também que se esperava a primeira medalha nacional na competição de 2023, mesmo havendo outros nomes como Bárbara Timo ou Rochele Nunes.
“Espero que seja acima de tudo uma rampa de lançamento para uma época ainda melhor do que a última. No ano passado concretizei dois dos meus três principais objetivos mas para mim não foi suficiente, quero sempre mais. Sinto maior motivação por competir em Portugal e as perspetivas passam por terminar no pódio. Em que lugar, não sei. Era bom ganhar mas agora há atletas mais cotadas. A minha mãe já me disse que vai lá estar e que espera ver-me a ganhar uma medalha, que se vai assistir é para que isso aconteça”, tinha comentado a judoca de 26 anos da Académica em entrevista ao jornal A Bola onde explicou também que este ano já não será de exames no curso de medicina mas sim de estágios no hospital.
???? Catarina Costa foi a melhor portuguesa no primeiro dia do Grand Prix de Portugal de Judo, ao concluir a prova de -48kg no 5.º lugar.
Saiba mais sobre a prestação dos portugueses na competição em https://t.co/CzoCXv7av2#COPortugal | ???? Tamara Kulumbegashvili / IJF pic.twitter.com/ZFNkXgXosC— Comité Olímpico de Portugal (COP) (@COPPORTUGAL) January 27, 2023
A derrota nas meias-finais com a cazaque Galiya Tynbayeva, 52.ª do ranking mundial, deitou por terra a ambição de repetir a vitória de 2022, restando o combate pela medalha de bronze com a espanhola Mireira Lapuerta Comas (20.ª) para somar mais um pódio em termos internacionais após mais de 12 minutos de combate com a atleta de leste. Até a 20 segundos do final do combate, e mesmo não tendo ainda pontuado, era essa a tendência. No entanto, um waza-ari da espanhola (que terminou os quatro minutos de combate com dois castigos) acabou por fazer toda a diferença, deixando a judoca portuguesa no quinto lugar. A israelita Shira Rishony ganhou a outra melhada de bronze após ganhar a Katharina Tanzer. Numa final 100% cazaque, Abiba Abuzhakynova levou a melhor sobre Galiya Tynbayeva e conquistou o ouro.
Antes, Catarina Costa, vice-campeã europeia em título e quinta classificada nos últimos Jogos Olímpicos de Tóquio, tinha ficado isenta da primeira ronda mas acabou por não defrontar a sul-coreana Hyekyeong Lee (27.ª do ranking mundial) que batera na final do ano passado, ganhando à israelita Tamar Malca (46.ª), seguindo-se novo triunfo com a austríaca Katharina Tanzer (22.ª) antes da derrota com Tynbayeva.
Também em -48kg, Raquel Brito começou por vencer a brasileira Amanda Lima mas perdeu de seguida com a espanhola Mireia Lapuerta Comas, enquanto Maria Siderot, em -52kg, ganhou à sul-africana Charne Griesel mas cedeu perante a britânica Chelsie Giles. Já em -60kg, Emerson Silva bateu o israelita Ariel Shulman mas foi derrotado pelo sul-coreano Harim Lee (erceiro do ranking mundial), ao passo que Miguel Gago, em -66kg, venceu o espanhol David Garcia Torne antes de cair frente ao brasileiro Phelipe Pelim. Rodrigo Costa Lopes, Miguel Pisco (-60kg), Bruno Bento, Nuno Martins (-66kg), Mariana Máximo, Catarina Silva, Joana Diogo – que em 2022 conseguiu uma medalha de bronze no Grande Prémio de Portugal – (-52kg), Raquel Brás e Ana Agulhas (-57kg) perderam no primeiro combate realizado.