Não estava novamente com o melhor contexto, conseguiu aquilo que se tornou na maior corrida na Fórmula E. Quando alcançou o primeiro pódio pela Porsche em Hyderabad, naquela que ficou como a 100.ª prova no Mundial de carros elétricos, António Félix da Costa começou a projetar um cenário de redenção depois de um arranque complicado na sua nova equipa. O carro era competitivo nos treinos, as qualificações tinham pelo meio problemas inesperados que condicionavam o resto, os resultados não saíam. Na Índia, esse início começou a mudar. Agora, na Cidade do Cabo, virou tanto que terminou na primeira vitória da época.

Félix da Costa venceu E-prix da Cidade do Cabo

Apesar de ter acabado a qualificação na África do Sul no 13.º lugar, saindo depois da 11.ª posição para a parte da corrida, o piloto português foi ganhando alguns postos durante a prova que terminaria pela primeira vez sem pontos para o companheiro de equipa e líder do Mundial, Pascal Wehrlein, e fechou com chave de ouro numa ultrapassagem ao antigo colega na DS, Jean-Éric Vergne, que lhe valeu a primeira vitória de 2023 e também o primeiro sucesso alcançado pela equipa alemã para onde se mudou este ano.

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“Nunca desisto. Tenho o melhor país do mundo por trás de mim! Obrigado equipa”, escreveu o português no final de um dia com muitas emoções à mistura, que antes descrevera como a melhor corrida na Fórmula E apenas a par da vitória alcançada no Mónaco em 2021, a primeira e única que conseguiria nesse ano depois da conquista do título na época anterior. Em paralelo com os 25 pontos ganhos, António Félix da Costa subiu do nono para o quarto lugar da classificação com 46, a quatro de Jean-Éric Vergne e a 16 de Jake Dennis (Pascal Wehrlein soma 80). A Porsche também manteve a liderança nos construtores com 126 pontos em cinco corridas, mais 42 do que a Envision Racing e mais 46 do que a Avalanche Andretti.

“Esta vitória sabe mesmo muito bem mas demorou, demorou… Às vezes as coisas na vida requerem paciência e trabalho, não estava a ser fácil, continua a não estar fácil porque continuo a precisar de mais alguma coisa mas o desporto é assim, nunca deixamos de trabalhar e acreditar e esta vitória é um peso grande que me sai dos ombros. Algumas pessoas deixaram de acreditar mas o meu círculo fechado, os meus fãs mais próximos, a minha família e a minha equipa nunca deixaram de acreditar. Aqui estamos, quarto fim de semana com a nova equipa, dois pódios seguidos e agora uma vitória. Agora? Agora é celebrar, muito”, comentou no final da prova realizada na África do Sul que teve ainda Nick Cassidy (Endivision Racing) no terceiro posto.

“Sim, é a minha melhor vitória na Fórmula E! Comparo-a só à do Mónaco, em 2021. E, sobretudo, saiu-me muito peso dos ombros! Os resultados nos primeiros meses com a Porsche não foram os que ambicionava e começava a senti-me algo frustrado. Sabia que tinha carro para ganhar posições nesta corrida mas nunca pensei vencê-la. E por isso chorei no final. Sinto-me até algo embaraçado pela situação, considerando a minha idade e a experiência na competição”, salientou em declarações ao jornal A Bola.