Charles Bronson, conhecido como ” o prisioneiro mais violento do Reino Unido”, foi esta segunda-feira ouvido numa audiência para a sua possível liberdade condicional. A sessão judicial ocorreu no estabelecimento prisional de Woodhill, em Milton Keynes, mas jornalistas e elementos do público puderam assistir à audiência, por vídeo, no Real Tribunal de Justiça, em Londres.

Já tive o suficiente disto e quero ir para casa”, afirmou Bronson durante a sua audiência, que será retomada na quarta-feira. “Dos 50 anos que passei na prisão, provavelmente mereci uns bons 35 anos disto. Porque tenho sido um malandro. Não um malandro-malandro, mas apenas um malandro. Tive 11 reféns; não estou orgulhoso disso, mas também não estou envergonhado.”

Agora com 70 anos, e com o apelido alterado por vontade própria para “Salvador”, o prisioneiro mais perigoso do Reino Unido afirmou, perante o painel da audiência, que lida com as situações de conflito “cem vezes melhor do que costumava lidar”.

“Eu amo uma escaramuça. Que homem é que não gosta?“, afirmou Charles Bronson, quando questionado, de acordo com a BBC, sobre os vários incidentes que ocorreram ao longo dos anos

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Há quem, contudo, não acredite que Charles Bronson é capaz de viver em liberdade sem colocar em risco a população. O ministro britânico da Justiça, Dominic Raab, argumenta, segundo a Sky News, que Bronson é um sério risco para o público. A assistente social responsável por Charles Bronson assumiu que este tem melhorado a “sua capacidade para controlar as emoções”, e que o detido teve “poucas explosões”, mas não concordou ainda com a libertação do mesmo.

“Ele [Bronson] iria ter dificuldades quando em comunidade. Não teria capacidades para lidar com uma mudança tão grande e tão rápida“, afirmou a técnica. Quando questionada sobre se Charles Bronson estaria preparado para as condições de uma prisão mais “aberta”, a técnica de assistência social respondeu que, na sua opinião, o preso “ainda tem um longo caminho a percorrer“.

Inicialmente condenado em 1974 — aos 21 anos de idade — a 7 anos de prisão por assalto à mão armada, Charles Bronson tem passado as últimas cinco décadas por trás das grades. Com exceção de dois períodos de tempo em que foi lhe concedida a liberdade condicional, o preso tem acumulado sentenças por causar, principalmente, desacatos que envolvem guardas prisionais e outros prisioneiros, mas não só.

Em 1999, Charles Bronson manteve um professor de artes refém durante dois dias no estabelecimento prisional de Hull. Por este incidente, foi-lhe atribuída uma sentença de prisão perpétua, com um mínimo de três anos efetivos por trás das grades.

Na sua cela durante 23 horas por dia, Charles Bronson costuma passar a sua hora fora das grades no pátio da prisão ou no ginásio. O tempo entre quatro paredes é geralmente ocupado a ouvir rádio ou a produzir arte. Atualmente, é considerado um prisioneiro de médio risco.

Em 2008, foi lançado um filme a contar a história do prisioneiro mais perigoso do Reino Unido. Na longa-metragem, é Tom Hardy o ator que interpreta Bronson e que revive algumas das suas maiores peripécias dentro de vários estabelecimentos prisionais, desde prisões de segurança máxima a prisões psiquiátricas.