A coordenadora do BE, Catarina Martins, defendeu esta quinta-feira que “não se aprendeu o que era necessário aprender” com a crise financeira de 2008 e considerou urgente “ter uma regulação forte do sistema financeiro”.

“Chamamos a atenção para o seguinte: não foi feita regulação do sistema financeiro depois da crise de 2008, ou seja, não se aprendeu o que era necessário aprender”, respondeu Catarina Martins aos jornalistas à margem de uma concentração de enfermeiros dos hospitais privados, em Lisboa, quando questionada sobre os problemas em alguns bancos internacionais.

O BE, recordou a sua líder, “tem vindo há anos a alertar” para a necessidade de haver “uma regulação forte do sistema financeiro”.

“Essa regulação não só não existiu como apareceram novos setores altamente especulativos — como as criptomoedas — também a entrar no sistema financeiro e a criar mais problemas”, referiu.

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Para Catarina Martins, “para lá de ser necessário perceber como estancar a crise, é necessário regular porque sem regulação há uns poucos que estão sempre a fazer muitos milhões e depois os contribuintes acabam sempre a pagar as crises”.

Na opinião da líder bloquista, num sistema financeiro internacional “o que acontece tem sempre repercussões em todos os países”, defendendo uma atuação rápida.

Questionada sobre os lucros da Sonae, Catarina Martins disse que “o Governo parece não acreditar que há um problema com os preços em Portugal que é o facto dos bens alimentares estarem a aumentar mais do que tudo o resto e não haver nenhuma explicação”.

“E o Governo, em vez de agir, diz que vai criar um observatório dos preços. Eu proponho um observatório dos lucros porque talvez assim fique claro como quem vai ao supermercado está a ser assaltado por um setor que vai acumulando lucros, que vai distribuir mais dividendos este ano do que distribuiu o ano passado. A única coisa que encolhe são mesmo os salários. É inaceitável”, voltou a criticar.