Polícia e manifestantes envolveram-se esta quinta-feira em violentos confrontos na capital grega, à margem dos protestos nacionais que exigem a responsabilização sobre a catástrofe ferroviária que fez 57 mortos em fevereiro.

Segundo os repórteres da agência France Presse (AFP), os manifestantes lançaram cocktails Molotov (bombas incendiárias artesanais) contra a polícia, que respondeu com disparos de granadas de gás lacrimogéneo na zona do Parlamento, no centro de Atenas.

Vários contentores de lixo foram incendiados numa avenida perto da Universidade de Atenas e algumas montras de estabelecimentos comerciais foram destruídas.

A polícia anti-motim usou também granadas de gás lacrimogéneo na zona da Universidade de Atenas, constataram os repórteres da AFP.

Cerca de 40 mil pessoas manifestaram-se esta quinta-feira na Grécia, 25 mil em Atenas, segundo a polícia, no contexto da greve geral decretada pelos sindicatos do setor privado e do setor público.

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Em particular, os transportes rodoviários, navais e ferroviários cumprem esta quinta-feira uma greve de 24 horas, que também afeta as ligações aéreas.

No passado dia 28 de fevereiro, às 23h21 (21h21 em Lisboa) um comboio de passageiros colidiu frontalmente com um comboio de transporte de mercadorias a norte da cidade de Larisa, na zona de Tempe, provocando a morte a 57 pessoas, a maior parte estudantes universitários.

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O primeiro-ministro já reconheceu que aquela zona da via férrea, especificamente, não estava dotada dos sistemas de segurança que podiam ter evitado a tragédia.

Primeiro, o chefe do Executivo responsabilizou o chefe da estação como autor de “um erro humano” mas depois mudou a declaração para pedir “desculpas e reconhecer responsabilidades políticas”.

O sindicato do setor público (ADEDY) declarou esta quinta-feira, através de um comunicado que os “trabalhadores exigem que se descubra tudo sobre o crime de Tempe”, localidade onde ocorreu o acidente ferroviário.

Pede também o fim das “políticas de privatizações”, que indica como a principal causa da deterioração do setor ferroviário.