Luís Montenegro aproveitou a audiência desta terça-feira com Marcelo Rebelo de Sousa para pressionar o Governo a alterar a data das eleições europeias. Em teoria, e de acordo com as perspetivas iniciais, o sufrágio pode acontecer a 9 de junho, véspera do Dia de Camões, de Portugal e das Comunidades Portuguesas e, em algumas cidades, próximo do Dia de Santo António.

Em declarações aos jornalistas no final da audiência com Marcelo Rebelo de Sousa, sem direito a perguntas, o líder social-democrata revelou que tinha alertado o Presidente da República para a coincidência de datas e para o risco que isso representa para o resultado das eleições. “Poderia ser uma via verde para uma abstenção histórica”, sublinhou Luís Montenegro.

Em 2024, o feriado do 10 de Junho será assinalado a uma segunda-feira, sendo que o 13 de Junho coincide com uma quinta-feira — o que, para muitos, poderá significar a oportunidade de gozarem umas mini-férias prolongadas.

Falando aos jornalistas, o líder do PSD sugeriu que o Governo português tentasse negociar junto das instituições europeias que as eleições se realizassem a 26 de maio, a 2 de junho ou a 16 do mesmo mês. Em alternativa, sugeriu Montenegro, o Executivo socialista devia insistir para que as eleições em Portugal se realizassem numa data diferente daquela que for escolhida nos restantes Estados-membros.

Noutra frente, e mesmo sem se alongar em detalhes, o presidente social-democrata disse que veio a Belém denunciar um Governo que está, na sua leitura, desligado da realidade que o país atravessa. “Vivemos em dois países. O do powerpoint e das festas, e o país da vida real, que os portugueses todos os dias enfrentam”, sublinhou.

Montenegro elencou depois os problemas identificados pelo PSD nos centros de saúde, nas urgências, nas escolas e no mercado da habitação, que contrastam, insistiu, com a “euforia” de António Costa e com as “obras grandiosas” anunciadas todos os dias. “Dentro desta lógica, fico apreensivo porque o Governo não está a compreender a real situação em que os portugueses vivem. Não augura nada de bom”, rematou o líder social-democrata.

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