El Shaarawy entrou na primeira mão dos quartos de final da Liga Europa para render o lesionado Dybala que deixou o terreno de jogo ainda dentro dos primeiros 45 minutos contra o Feyenoord, tempo mais do que suficiente para ser um dos melhores em campo. Desta vez, na segunda partida entre os dois emblemas, ainda não estavam decorridos 20 minutos e El Shaarawy já pisava a relva à procura de oportunidades de golo. Teve o seu momento quando, no prolongamento, colocou a AS Roma na frente da eliminatória e praticamente deu aos giallorossi as meias-finais. 

Tal como na primeira mão, os adeptos da AS Roma não puderam assistir ao jogo dentro do estádio devido a um castigo imposto pela UEFA, os adeptos do Feyenoord também não o puderam fazer na segunda. Ainda assim, isso não impediu os neerlandeses de se deslocarem à capital italiana, motivo pelo qual foram destacados 1500 polícias para salvaguardarem a segurança na cidade, alguns dos quais foram chamados a intervir junto dos pontos mais emblemáticos da cidade, devido a alguns focos de tensão. A presença dos adeptos neerlandeses já se tinha feito sentir em Nápoles quando marcaram presença na eliminatória da Liga dos Campeões que ali decorreu.

Dentro do campo, a AS Roma tinha trabalho que ficaria mais fácil a cada par de mãos que se quisesse à sua realização. “Acredito muito na minha equipa e no estádio que jogará connosco. Os nossos adeptos não virão apenas para cantar ou agitar bandeiras, vão também jogar connosco. Quero 67.000 comigo no estádio”, disse José Mourinho. Assim, com milhares de reforços de última hora, o treinador português aumentava as possibilidades de virar a eliminatória. A desvantagem de 1-0 fazia com que Mourinho não pudesse exibir os conhecimentos adquiridos no mestrado em gestão que tantas vezes tem demonstrado.

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Mesmo que a precisar de golos e a jogar em casa, Mourinho não teve uma abordagem ousada ao jogo. Dybala estava em dúvida para o encontro e acabou por ficar no banco. Com Rui Patrício na baliza, Mourinho optou por um onze com um meio-campo robusto. Cristante, Matic e Wijnaldum deram força no miolo numa tentativa do treinador português negar a situação que mais problemas causou aos giallorossi na primeira mão: as ligações interiores que o Feyenoord tantas vezes encontrou. Na frente, apenas Belotti, a espaços apoiado por Pellegrini, foi responsável por tentar o golo.

Cedo Wijnaldum saiu lesionado e, tal como tinha acontecido no primeiro jogo, El Shaarawy entrou ainda na primeira parte, muito provavelmente para agrado do extremo. Tudo porque era uma partida de intensidade tal que até quem se devia inibir de interferir acabou por o fazer. Por isso, Salvatore Foti, adjunto de Mourinho, foi expulso por impedir que Santiago Giménez, numa jogada perto da linha, repusesse a bola rápido.

A palmadinha de Santiago Giménez nas costas do guarda-redes da AS Roma aconchegava o corpo de Rui Patrício que viu Szymański desperdiçar duas boas oportunidades por ter atirado à figura do português. “A melhor forma de defender é ter a bola. Se defendermos perto da nossa área há o perigo de haver livres, cantos e até penáltis”, referiu o treinador do Feyenoord, Arne Slot. A verdade é que a AS Roma estava longe de conseguir ter um domínio avassalador, mas também teve as suas oportunidades. Cristante, num remate inesperado na sequência, e Pellegrini deram os sinais mais fortes para uma reviravolta que, quanto mais tempo passava, mais difícil parecia de conseguir.

Os segundos 45 minutos eram decisivos para os destinos na AS Roma. Pellegrini acertou na barra logo a abrir e Spinazzola (61′) deu mesmo a vantagem à AS Roma que, na prática, empatava a eliminatória. Num remate enrolado, lateral-esquerdo bateu o guarda-redes do Feyenoord, Bijlow, que se limitou a confirmar com os olhos o que os adeptos giallorossi gritavam.

A dez minutos do final, Igor Paixão (80′) disse que era preciso cabeça para o Feyenoord voltar a colocar-se na frente da eliminatória, demonstrando o conselho com ações. O brasileiro colocou a testa no 1-1 e a AS Roma dava por si virtualmente fora da Liga Europa outra vez. Dybala (89′), preso por uma ligadura na coxa direita, conseguiu com apenas uma perna operacional meter o jogo da AS Roma a andar. Não que tenha participado com grande influência no manuseamento da circulação dos italianos, mas porque salvou os giallorossi com um golo que meteu em causa as horas de sono de quem tinha que acordar cedo no dia seguinte, visto que adiou tudo para o prolongamento. 

Nessa meia-hora, só deu AS Roma. El Shaarawy (101′) estava condenado a ser herói e colocou a equipa de Mourinho na frente da eliminatória em que Pellegrini (108′) foi o último a inserir o nome na lista de marcadores. 4-1 no jogo, 4-2 no agregado, são os números na folha de rascunhos em que a AS Roma desenhou o destino Bayer Lerverkusen.