Um grupo de portugueses, que se encontrava numa real situação de “escravatura moderna” no País Basco, em Espanha, foi libertado na última quinta-feira numa operação da Guardia Civil e que contou com a colaboração da Polícia Judiciária.

Além de ter feito parte da investigação, a Diretoria do Norte da PJ acabou por apoiar na detenção de duas pessoas, também portugueses. Em comunicado, fonte oficial desta polícia explica que estão “indiciados pela prática do crime de tráfico de pessoas”.

“A operação desencadeada no passado dia 4 de maio, no País Basco, com o nome de “Worker”, permitiu o desmantelamento de um grupo criminoso e a libertação de 15 cidadãos portugueses que se encontravam numa real situação de ‘escravatura moderna’, explica a nota.

Como captadas as vítimas e para onde eram levadas?

A investigação permitiu concluir que a rede recrutava pessoas em Portugal, “em zonas rurais do Norte do país”, e depois levava-as para as “zonas onde tinham que exercer a atividade laboral”. As vítimas permaneciam ali, “sem apoios familiares e em estado de total vulnerabilidade”.

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Os dias de trabalho eram todos iguais e os alojamentos não tinham quaisquer condições. “Ficavam alojadas em casas velhas e insalubres e eram obrigadas a realizar jornadas de trabalho de 12 horas diárias, sete dias por semana, em condições infra-humanas, sob coação e ameaças permanentes”, explica a Polícia Judiciária.

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Depois de terem sido libertadas, as vítimas acabaram por ser acolhidas por instituições do país vizinho, sendo que serão trazidas para Portugal assim que seja possível.

Já os dois detidos, de 36 e 42 anos, apesar de portugueses vivem em Espanha e já têm antecedentes criminais por este tipo de crimes.

Após serem detidos foram presentes a primeiro interrogatório em território espanhol, tendo-lhes sido decretada a medida de coação de prisão preventiva, a mais gravosa.