Havia quase um toque de NBA na antecâmara do encontro de consagração do Barcelona após sagrar-se no fim de semana passado campeão quatro anos depois com uma vitória fora no terreno do rival Espanyol. O estádio teria uma lotação de quase 90.000 quase cheio (88.904), as indumentárias dos jogadores na chegada a Camp Nou mais parecia um desfile de moda com estilos distintos, havia algumas estrelas das redes sociais a marcarem presença no relvado. A festa estava garantida e até a Real Sociedad não quis falhar o protocolo, assumindo o habitual pasillo para a entrada em campo dos novos campeões. Tudo a correr às mil maravilhas com a confirmação pelo meio da permanência de Mateu Alemany como diretor do futebol.

O título ansiado após tantos títulos (de jornais) que não quis: Barcelona sagra-se campeão de Espanha quatro anos depois

“Tenho muito claro na minha cabeça que o sítio onde devo estar é o Barcelona, que é o melhor clube do mundo. Estou totalmente comprometido para ajudar neste projeto, que deu um passo muito importante e que espero que nos próximos anos continue a subir degraus para dominar o futebol europeu”, comentou o dirigente que tinha tudo acertado para rumar ao Aston Villa que tem como técnico o espanhol Unai Emery. “Eles têm um projeto impressionante mas só penso em melhorar o Barcelona”, assumiu, antes de se focar naquele que será o primeiro grande adversário dos blaugrana para a próxima temporada: o fair play.

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“Há alguns meses que estamos a trabalhar com a Liga e também em termos internos estamos a fazer um plano de viabilidade. A situação que herdámos no clube era extraordinariamente complexa mas estamos no caminho certo para melhorar muitas coisas. Acredito que a Liga está consciente do enorme esforço que nós estamos a fazer e estou convencido que nas próximas semanas teremos um cenário de fair play [financeiro] que permita registar os jogadores que já temos, que o nosso primeiro grande objetivo, e depois inscrever as contratações que possam existir”, reforçou Alemany, que deu gás ao “sonho proibido”.

“Lionel Messi? Agora o Leo está a acabar o Campeonato em França e temos de respeitar o PSG, que está ainda a discutir o título. Quando isso estiver resolvido, veremos o que se pode passar”, comentou na Barça TV (que em junho vai fechar portas, em mais uma das medidas para “apertar o cinto”). Mais uma vez, mesmo num clima de festa que teve pelo meio um cabelo especial de Raphinha com as cores do Barcelona, foi do argentino que se falou em Camp Nou, com todo o estádio a cantar o nome do avançado no minuto 10 em alusão ao número da camisola que vestia na passagem pelo clube. No entanto, nem tudo seria festa.

Pressionada pelo Villarreal, que ganhou na Catalunha ao Girona este sábado, a Real Sociedad teve uma entrada de sonho frente ao Barça com o internacional Mikel Merino a inaugurar o marcador logo aos cinco minutos. Os blaugrana tentaram reagir, tiveram algumas aproximações com perigo, viram Álex Remiro evitar por mais do que uma vez o empate e acabaram por ser mesmo os bascos a aumentarem a vantagem por Sörloth no segundo tempo (72′), sendo que o máximo que os visitados conseguiram foi mesmo reduzir em cima do minuto 90 pelo inevitável Lewandowski. Depois, começou a ansiada festa, com Busquets a receber o troféu de campeão e a falar aos adeptos à semelhança do que aconteceu com Xavi Hernández.