Bons olhos vejam Miguel Oliveira de pé, já que no Mundial de Moto GP tem sido raro entre os dois abalroamentos que marcaram o início de 2023. As quedas no Grande Prémio de Portugal e no Grande Prémio de Espanha provocaram lesões com alguma gravidade ao piloto português. Nos dois casos, os acidentes deram-se nas primeiras voltas de ambas as corridas e, em nenhum dos casos, o corredor da RNF Aprilia foi o responsável direto pelo sucedido. No primeiro caso, o português foi derrubado por Marc Márquez, enquanto que, no segundo, foi Fabio Quartararo que abalroou o português.

Tudo subtraído, problemas na perna direita e no ombro esquerdo levaram Miguel Oliveira, por completo, o Grande Prémio da Argentina e o Grande Prémio de França. O Falcão completou apenas o Grande Prémio das Américas. Agora, o Mundial de MotoGP regressa apenas no início de junho.

“Não faltou ética nos acidentes”, comentou o piloto na Conferência Bola Branca da Rádio Renascença. “Nunca atirei ninguém ao chão, mas quanto mais tempo passa, mais probabilidade existe”. No entanto, Miguel Oliveira deixou o alerta à concorrência: “É importante perceber que quem está em cima da mota tem que respeitar os adversários. Andamos a 300 km/h e tem que existir autocontrolo”.

Ainda assim, ficou o apontamento a Marc Márquez. “Não podemos largar os travões e ir contra quem está a fazer a curva. Deposito a minha confiança nos júris de prova”. Ao mesmo tempo, lamentou a existência de “incoerência nos castigos”.

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Os problemas físicos, admite Oliveira, não afetam a ambição. “Quem pontua muito ao fim de semana são pilotos inesperados. Quando essas posições se consolidarem e houver previsibilidade de quem está na frente, os ânimos vão aclamar um bocadinho. Dos 700 e tal pontos disponíveis no Campeonato, ainda nem 100 foram atribuídos”, recordou. “Ainda é possível ser campeão este ano. Espero voltar rápido para demonstrar rapidez e capacidade nesta mota”, destacou o piloto de Almada.

Neste momento, Miguel Oliveira admite que não tem uma data de regresso pelo que não olha para o Grande Prémio de Itália, a próxima prova do Mundial de MotoGP. “Gostava de ter certezas quanto à data do regresso. A lesão do ombro não tem uma data de recuperação fixa a nível de tempo. A prioridade é voltar a 100%. Se tiver que demorar mais do que as cinco/seis semanas, vai ter que ser”.

O atual 16.º classificado em Moto GP criticou o predomínio do futebol em Portugal. “Vou ao quiosque e rasgo os jornais? Não posso”, comentou. “Quase não tenho nenhuma relação com o futebol, tirando a seleção. O resto diz-me pouco. Desde pequenino, a única coisa redonda na minha vida foram as rodas das motos”, contou.

Miguel Oliveira aproveitou por abordar outros temas menos relacionados com o desporto. O piloto contou que a filha prefere o dança e o ténis e não tanto o motociclismo. Entre risos, disse: “Ela tem três motas em casa, se quiser pegar numa delas, está à vontade”.