Varridela: do inglês sweep, termo usado pelos norte-americanos para designar uma série de playoff em que uma equipa ganha a eliminatória sem que o adversário tenha vencido qualquer jogo. Noutras palavras, uma ameaça para o FC Porto que se veio a tornar em realidade. Grande como Neemia Queta, o espetador especial que assistiu à partida no Pavilhão João Rocha, foi a diferença de 27 pontos com que o Sporting bateu os dragões e concluiu o 3-0 que eliminou o rival.

Os dragões foram a equipa que mais ajustes fez entre o jogo 1 e o jogo 2 da meia-final do campeonato de basquetebol. O treinador azul e branco, Fernando Sá, ao nível da gestão dos jogadores estrangeiros, trocou Marvin Clark por Charlon Kloof e recorreu a uma estratégia baseada em posses de bola mais curtas, procurando correr sempre que os portistas garantiam o ressalto de defensivo.

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O Sporting agradeceu e fez valer a capacidade atlética dos seus jogadores para construir uma vantagem de 18 pontos. Graças a um esforço inglório de Teyvon Myers, que marcou 30 pontos em 23 minutos, o FC Porto encostou a partida a dois pontos (93-91). Mesmo assim, o Sporting acabaria por fazer o 2-0, com duas vitórias no Dragão, tendo a possibilidade de fechar a série em três jogos no Pavilhão João Rocha.

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Com lugar reservado na final, o Benfica estava à espera de quem ia alinhar na primeira linha da grelha para a corrida ao título. Os encarnados asseguraram o direito a discutirem o campeonato com uma vitória por 71 pontos diante da Ovarense, sendo que, no final do encontro, o técnico encarnado, Norberto Alves, destacou que a veterania da equipa tornava necessário terminar a eliminatória o mais rápido possível para ter uma pequena vantagem ano nível do descanso em relação ao outro finalista. Ivan Almeida, jogador dos encarnados, esteve inclusivamente no João Rocha a assistir ao clássico.

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Mais uma vez, no terceiro jogo da meia-final, o Sporting, mesmo se tendo apresentado a maior parte do tempo com três bases, entrou com um cinco inicial onde se encontrava Loncovic, do qual Pedro Nuno, treinador do Sporting, rapidamente abdicou, preferindo os contributos de Diogo Ventura (+17 no jogo 2 mesmo tendo marcado apenas 5 pontos) e Eddy Polanco. Apesar da exibição no encontro anterior, Myers ficou de fora dos convocatória do FC Porto mesmo com a eliminação ao virar da esquina.

Pedro Nuno começou um big man (Loncovic e João Fernandes) a fazer pressão a campo inteiro a principal ball handler dos dragões. No entanto, nenhuma das equipas começou o jogo inspirada. Má seleção de lançamentos e erros técnicos fizeram com que os dois conjuntos marcassem muitos dos seus pontos no pintado devido a distrações defensivas que davam em bandejas fáceis aos adversários. Por causa da vantagem de dois jogos, o treinador dos leões deu-se ao luxo de gerir fisicamente os jogadores através de um rotação mais profunda. No final, do primeiro quarto o Sporting liderava por três pontos (24-21). Marcus Lovett era o nome que fazia a diferença com 10 pontos em 10 minutos e o controlo do ritmo que se impunha.

A equipa verde e branca começou a demonstrar acerto nos lançamentos exteriores sem que tivesse que forçar os mesmos. Tudo o que os leões procuravam com a presença de três bases no cinco estava a acontecer: qualidade de passe na mudança do lado da bola e eficácia nos lançamentos exteriores e um espaçamento onde proliferavam atiradores.

O segundo quarto abriu com um parcial de 11-0 do Sporting que dava um recital ofensivo e defensivo mesmo sem marcarem qualquer triplo e baixando significativamente a percentagem. O FC Porto ficou reduzido a oito pontos e, ao intervalo, os leões lideravam por 15 pontos (44-29).

Tem sido uma época menos espetacular para Travante Williams, mas este clássico foi jogo para ele. Como é hábito quando o norte-americano está bem, a equipa galvanizou-se e abriu uma vantagem na ordem das duas dezenas. Uma grande diferença no número de assistências (20 contra 11) era revelador do que o Sporting era capaz de executar no cinco para cinco em meio-campo e o FC Porto não. O 74-47 que encerrou o terceiro período fez a decisão chegar mais cedo.

Comandado por Marcus Lovett que terminou com 31 pontos, o Sporting terminou os 40 minutos em que esteve sempre na frente com uma vantagem de 28. O Sporting garante o acesso com o Benfica e vinga-se da eliminação que o FC Porto impôs aos leões na meia-final do ano passado.