O ministro da Educação voltou a afirmar que o Governo vai acionar o pedido de serviços mínimos para garantir que as avaliações possam decorrer, depois da convocação, por parte do Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (Stop), de uma greve a todas as avaliações e criticou a “intransigência” dos professores.

A resposta da tutela surge depois de o coordenador nacional do Stop, André Pestana, ter anunciado esta sexta-feira uma greve às avaliações finais de todos os anos de escolaridade, para além de uma greve a todo o serviço durante a próxima semana. Anteriormente, já estava anunciada uma paralisação durante os exames nacionais.

Em declarações à RTP, João Costa afirmou que o Governo já fez várias concessões às estruturas sindicais, que acusa de falta de disponibilidade para negociar e de não zelarem pelos interesses dos alunos da escola pública, que são os mais afetados. “Os alunos não podem ser prejudicados por algumas posições de intransigência a que temos assistido”, sustentou o Ministro da Educação.

Sobre a possibilidade dos serviços mínimos serem declarados ilegais (como aconteceu recentemente), o ministro disse que o acordão do Tribunal da Relação de Lisboa especificou que os serviços mínimos só estariam em casa “em momentos de avaliação” e que o Governo recorreu dessa decisão. “No limite significaria que um aluno podia estar um ano inteiro sem aulas para depois poder ser avaliado. Não faz qualquer sentido”.

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Tribunal da Relação considera ilegais serviços mínimos decretados para greve do Stop

O responsável referiu ainda que as medidas com que o executivo já se comprometeu ultrapassam os 300 milhões de euros. “O Governo tem vindo a dar passos, quer com a introdução de escalões para os professores contratados, quer com a reposicionamento que vamos ter de milhares de professores que se vão veicular, quer com o acelerador da carreira”, disse.

As medidas não convencem as direções sindicais, com André Pestana a afirmar esta sexta-feira que os profissionais de educação sentem que “há muito dinheiro neste país que continua a não ser canalizado para o que é realmente importante”, nomeadamente para “os serviços públicos”.

O Governo, por seu turno, recusa comprometer-se com mais medidas, prolongando assim o braço de ferro. Perante este cenário, João Costa voltou a afirmar que a tutela vai pedir que se declarem serviços mínimos para que se evite um cenário de hecatombe nas avaliações. “Queremos garantir que os alunos, as famílias, os próprios professores, têm direito à conclusão de um ano letivo sereno”, sublinhou.

Stop anuncia greve às avaliações finais de todos os anos de escolaridade