A crise política que concentra a atenção do país há várias semanas não está a afetar as intenções de voto no Partido Socialista, nem tão pouco está a impulsionar o maior partido da oposição, que não consegue, assim, capitalizar as muitas polémicas que têm atingido o governo. PS e PSD continuam praticamente empatados, segundo a mais recente sondagem do ICS-ISCTE para SIC/Expresso, divulgada esta quinta-feira.

Se as eleições fossem hoje, o PS voltaria a ganhar, com 31% dos votos, seguido de perto pelo PSD, com 30%. Mesmo a braços com uma crise política, que tem desgastado o governo, o PS até consegue subir ligeiramente em relação ao resultado da última sondagem do ISCTE, divulgada em março, e que dava um empate, com 30% para cada um dos partidos. Já o PSD não descola, o que indica que o caso Galamba, que envolveu agressões no Ministério das Infraestruturas e uma intervenção do SIS que tem sido muito questionada, não beneficiou o partido de Luís Montenegro. Aliás, o líder social-democrata até desce na avaliação e fica abaixo dos 4 pontos em 10.

Sondagem. PS e PSD empatados, direita consegue maioria

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Voltando às intenções de voto, o terceiro partido mais votado seria o Chega com 13%. O partido de André Ventura mantém a mesma intenção de voto em comparação com a sondagem de março. Inalteradas estão também as intenções de voto no Bloco de Esquerda (5%), PCP (5%), Iniciatica Liberal (4%), PAN (2%) e Livre (1%). O CDS desce de 2% para 1%. Os outros partidos continuam a somar 3% dos votos. 5% dos inquiridos dizem votar em branco ou de forma nula.

Todos os juntos, os partidos de direita — PSD (30%), Chega (13%), IL (4%) e CDS (1%) — somam 48% das intenções de voto, enquanto a esquerda — PS (31%), BE (5%), CDU (5%), PAN (2%) e Livre (1%) — fica quatro pontos atrás (44%). Ainda assim, os autores da sondagem ressalvam que, “do ponto de vista estatístico, é mesmo equivalente”.

Mais de 70% dizem que governo é “mau” ou “muito mau”

Já a avaliação que os portugueses fazem do governo nunca foi tão negativa: 71% dos inquiridos consideram o executivo de António Costa “mau” ou “muito mau”. Mesmo entre os eleitores do PS, a percentagem é alta (46%).

Ainda assim, António Costa até subiu na avaliação individual. Tem agora uma nota de 4,8, um aumento de 0,2 em relação a março. Continua a ser, de forma destaca, o líder partidário mais bem avaliado. Em segundo, numa escala de 0 a 10, surge Catarina Martins, que à data da sondagem (que decorreu entre 13 e 28 de maio), ainda era coordenadora do Bloco de Esquerda — tem 4,1. Já Luís Montenegro perdeu terreno e tem agora 3,9 pontos (menos 0,3). Seguem-se Rui Tavares e Inês Sousa Real (com 3,3), Rui Rocha e Paulo Raimundo (3,2). André Ventura é agora a figura política com pior avaliação (com 3 pontos, menos 0,4 do que em março).