A secretária de Estado da Cultura, Isabel Cordeiro, considerou esta segunda-feira que os fundos da União Europeia (UE) têm sido decisivos na exigente recuperação do património nacional, onde o investimento “nunca está terminado”.

“Saliento o quão decisiva tem sido a importância dos fundos comunitários para a recuperação do nosso notável património, melhorando de forma assinalável o seu estado e as suas condições de visita”, referiu.

Na cerimónia de reabertura do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, em Coimbra, Isabel Cordeiro aludiu aos “imprescindíveis esforços que os quadros comunitários fizeram no âmbito da cultura”, numa área tão exigente como é a recuperação do património e onde há “sempre novos investimentos para fazer”.

Fundos comunitários cuja execução apenas se tem tornado possível com uma boa articulação entre as várias instâncias envolvidas, da administração central e da administração local”, acrescentou.

Ao longo da sua intervenção, a governante evidenciou a importância de se “preservar, conservar e restaurar para restituir ao futuro”, apontando o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) como uma “oportunidade única” de dar “continuidade às anteriores intervenções de conservação e reabilitação, financiadas pelos programas operacionais regionais do Portugal 2020”.

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Neste âmbito, já do PRR, foi celebrado o contrato de financiamento, também com a Câmara Municipal de Coimbra, grande parceiro e aliado na execução dos fundos, para a execução de investimentos previstos para o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, no valor global de 1,8 milhões de euros e para o Museu Nacional Machado de Castro, de 1,3 milhões de euros”, informou.

A nova requalificação do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha deverá ter início em 2024, prevendo a requalificação do centro interpretativo, intervenção na igreja com um sistema de proteção contra pássaros e nova sinalética e construção de equipamentos de apoio.

Sucede à intervenção agora concluída, no valor de 641 mil euros, destinada a reforçar a proteção deste monumento nacional face às cheias do rio Mondego, ocorridas em 2016.

De acordo com a secretária de Estado da Cultura, no âmbito do PRR, a região centro contará com um investimento inicial de 13 milhões de euros, que no futuro poderá ter um valor adicional de 7,7 milhões de euros.

Na cerimónia de reabertura do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, a diretora regional de Cultura do Centro, Suzana Menezes, aludiu “à longa jornada”, plena de “desafios e atribulações”, que foi necessário levar a cabo para chegar “à recuperação deste icónico monumento nacional”.

Sobre a próxima intervenção no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, vincou que irá resolver um conjunto muito significativo de patologias no edifício do centro interpretativo, bem como implementar uma nova museografia.

Irá ainda resolver “o grave problema de armazenamento, em condições de conservação adequados, do acervo arqueológico de Santa Clara-a-Velha, criando para o efeito uma reserva arqueológica com as condições exigíveis de salvaguarda deste património e com as condições adequadas para disponibilizar este acervo aos investigadores do nosso país”.

O Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, classificado como monumento nacional desde 1910, poderá agora ser visitado de terça a domingo, entre as 10h e as 18h, tendo o bilhete geral tem um custo de 4 euros.