O C-HR, o primeiro modelo da Toyota a assumir uma estética disruptiva e a apostar decididamente no estilo em vez da versatilidade, deu a conhecer a sua segunda geração, sucessora da que foi introduzida no mercado em 2017. As linhas desta segunda geração são ainda mais ousadas, com a nova linguagem estilística da marca bem presente na frente, ao nível dos grupos ópticos, com a traseira a exibir uma barra luminosa horizontal similar à estreada pela nova versão do Prius. Além da carroçaria em forma de SUV coupé pintada a duas cores – em linha com o protótipo Prologue que foi mostrado em 2022 –, salta ainda à vista o facto de o fecho das portas posteriores ter trocado a sua posição no pilar traseiro pela posição tradicional, na porta. Os puxadores passaram ainda a ser do tipo escamoteável, mas a sua utilização não nos pareceu a mais funcional.

2 fotos

O C-HR é um SUV do segmento C curioso dentro da gama da Toyota. Se o Corolla Cross é um SUV que optimiza o espaço interior, daí que ofereça linhas mais direitas, o C-HR dispõe da mesma distância entre eixos e apenas menos 10 cm no comprimento total, partilhando a mesma plataforma. Mas as formas de SUV coupé do C-HR sacrificam a habitabilidade em prol da estética. Sentámo-nos à frente no novo modelo, numa apresentação estática à imprensa, e ficámos agradados com a posição ao volante, o espaço e a sensação de estarmos a bordo de um modelo desenhado não para famílias, mas para quem pretenda uma proposta mais ágil, menos volumosa e mais dinâmica. Daí que não seja de estranhar que, quando nos sentámos no assento posterior, o espaço não impressionou favoravelmente, no acesso ou na distância ao tejadilho. Isto apesar da bagageira ter visto a sua capacidade subir de 377 para 388 litros.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Concebido e produzido a pensar na Europa

Numa Europa em que os eléctricos e os electrificados (híbridos e híbridos plug-in) são os segmentos que mais crescem e os modelos movidos somente por motores a combustão são os que mais caem, sejam eles a gasolina ou a gasóleo, a Toyota voltou a concentrar-se apenas nas mecânicas electrificadas para o novo C-HR. Mas nesta segunda geração do SUV coupé foi mais longe, juntando uma alternativa híbrida plug-in às outras mecânicas híbridas e dotando mesmo uma destas últimas motorizações com tracção às quatro rodas, opção que não está de momento prevista para o nosso país.

4 fotos

Entre as soluções híbridas, na anterior geração, a Toyota disponibilizava apenas as versões 125H e 180H, a primeira a aliar um motor 1.8 atmosférico a gasolina com 98 cv e um eléctrico com 72 cv, enquanto a segunda montava um motor a combustão 2.0 com 152 cv e um EV de 109 cv. A nova geração do C-HR híbrido eleva a fasquia, mas na parte eléctrica, uma vez que o 140H associa o 1.8 de 98 cv ao EV de 95 cv, perfazendo um acumulado de 140 cv, para o 200H juntar o 2.0 com 152 cv ao EV com 113 cv, oferecendo um total de 196 cv. É igualmente esta versão que vai dar origem ao único 4×4 da família, denominado AWD-i, que monta um segundo motor eléctrico no eixo traseiro para garantir a tracção integral.

Mas a maior novidade introduzida pelo novo C-HR é a sua versão híbrida plug-in, que recorre ao 2.0 com 152 cv a gasolina e a um motor eléctrico com 163 cv, entregando um total de 223 cv. Estamos perante a mesma mecânica de que já aqui falámos quando nos referimos ao novo Prius PHEV, de que o C-HR beneficia igualmente e que promete ser mais apelativa para as empresas do que para os clientes particulares. A bateria recarregável que alimenta o motor eléctrico possui 13,6 kWh de capacidade, o que lhe permite percorrer 63 km em modo exclusivamente zero emissões entre recargas.

1 fotos

O novo C-HR começará a ser fabricado ainda este ano, devendo chegar aos principais mercados europeus em Novembro. Isso no caso das unidades com mecânicas híbridas, pois os PHEV devem ser introduzidos no mês seguinte, em Dezembro. Em Portugal, a Toyota optou por disponibilizar os híbridos e o PHEV em simultâneo, o que deverá acontecer no derradeiro mês de 2023, para depois em Janeiro o volume de unidades disponíveis ser mais generoso.